São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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Leia fala de FHC ontem

Leia a íntegra do pronunciamento do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Boa noite.
Eu quero dizer algumas palavras para tranquilizar os brasileiros que, como eu, têm acompanhado com preocupação a instabilidade financeira que o Brasil tem vivido nos últimos dias.
Todos são testemunhas de que fiz todo o possível para evitar uma mudança brusca no câmbio. A avaliação equivocada tanto aqui no país quanto no exterior de que nós não seríamos capazes de fazer o ajuste fiscal, as declarações e as ações irresponsáveis sobre a moratória da dívida dos Estados fizeram com que tanto os brasileiros quanto os estrangeiros começassem a retirar seus recursos do Brasil. Só nesta semana alguns bilhões de dólares deixaram o país.
Então, tenho a obrigação de defender o real . Não poderia deixar que as reservas continuassem a sair e que o Brasil ficasse sem defesas para só então tomar providências.
Por isso, decidimos hoje que o Banco Central não interviria na cotação do real frente ao dólar. Assim, manteríamos as nossas reservas. A alteração na taxa de câmbio afasta a desconfiança em relação à economia e cria as condições para, num segundo momento, baixar as taxas de juros.
Mas isso só será possível se completarmos rapidamente o ajuste fiscal. Mais do que nunca, o combate ao déficit é fundamental. Só o cumprimento das metas fiscais permitirá ampliar a confiança na economia e superar a instabilidade que temos vivido. Conto com o Congresso Nacional para isso.
Cumpriremos rigorosamente nossos compromissos internacionais e o programa apresentado às instituições financeiras, porque o apoio internacional é também essencial para consolidação da confiança.
Reitero a minha confiança no ministro Pedro Malan, que continuará a conduzir a equipe econômica e saberá superar as dificuldades que estamos vivendo. Quanto mais depressa baixarmos o déficit fiscal, mais rapidamente retomaremos a trajetória do crescimento e menor será o custo para a população brasileira.
Quero que você saiba que continuarei a defender o real e não permitirei a volta da carestia.
É o momento de deixarmos de lado questões menores, interesses pessoais e até mesmo partidários para conseguirmos uma verdadeira união de todos os brasileiros que acreditam no nosso país e querem contribuir para gerar empregos e promover o crescimento.
É para isso que vamos continuar trabalhando e ainda com mais determinação.
Muito obrigado.



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