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Equipamentos furtados estavam em meio a material de escritório
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)
Os equipamentos de informática com dados secretos sobre a exploração de petróleo na
costa brasileira, furtados entre
18 de janeiro e o último dia 1º,
estavam guardados com móveis e materiais de escritório
dentro de um contêiner enviado da bacia de Santos à cidade
de Macaé, no litoral norte fluminense, a 188 km do Rio.
Não havia dentro do contêiner outros equipamentos valiosos, conforme a Folha apurou
ontem na Delegacia da PF (Polícia Federal) em Macaé.
Tudo o que foi colocado pela
Petrobras no contêiner estava
em um gabinete de trabalho
em uma sonda na bacia de Santos, relatou à PF no Rio, no dia
1º, o chefe do setor de investigações e sindicâncias da estatal, Fernando Luiz Lima Blanc.
O gabinete na bacia de Santos foi desativado. A estatal decidiu, então, transferi-lo para a
bacia de Campos. Assim, quase
tudo o que havia nele foi colocado dentro de um contêiner
de pequeno porte, possivelmente com três metros de
comprimento.
Na declaração à PF, Lima
Blanc não esclarece as razões
de os equipamentos de informática, com informações consideradas tão relevantes pela
própria estatal, terem sido colocados dentro do contêiner.
A divulgação de que a origem
do contêiner foi a bacia de Santos reforça a suspeita da PF de
que o furto foi cometido por
envolvidos em um esquema de
espionagem. Na bacia, ficam as
áreas onde a Petrobras recentemente descobriu campos
vastos de petróleo e gás, entre
eles o megacampo de Tupi.
O contêiner deixou a sonda
da bacia de Campos em um rebocador, com destino ao porto
do Rio, onde foi descarregado.
Apontada inicialmente como
responsável pelo transporte do
contêiner até o pátio da empresa Halliburton em Macaé, a
transportadora Transmagno
não havia recebido até ontem
nenhum comunicado da PF e
da Petrobras sobre o episódio.
A Transmagno não registrou
no período episódios de violação de contêineres sob sua
guarda. Ela sequer sabe ainda
se foi mesmo a contratada para
levar o contêiner do Rio a Macaé por terra. Considera possível, já que é uma das transportadoras que prestam serviços à
americana Halliburton.
Ainda de acordo com a
Transmagno, em nenhum momento o contêiner esteve em
seu pátio de 25 mil m2 no Caju
(zona norte do Rio). Ela disse
que recolhe o contêiner no porto em carretas que seguem diretamente ao destino. No caso
de não haver condução para o
transporte imediato, a carga
permanece estocada no porto.
Na sede da Halliburton em
Macaé, funcionários orientavam o interessado sobre o assunto a procurar a diretoria no
Rio. A empresa tem controle rígido de entrada, com seguranças, cancelas, roletas eletrônicas e cartões magnéticos. O terreno com os contêineres é cercado por muros de até 5 m.
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