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Veto da União Européia atinge só 3% da produção
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil) avaliou de forma favorável o
adiamento da definição das fazendas habilitadas para exportação à União Européia. "Foi
melhor que largar a lista lá",
disse Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional da
Pecuária de Corte da CNA.
O representante da CNA
também disse que eventual interrupção dos embarques de
carne bovina para a UE necessariamente não representa
prejuízo econômico para o país.
Dos 10,246 milhões de toneladas de carne bovina que o
Brasil processou no ano passado, 543,6 mil toneladas foram
para a Europa, 5,3% da produção. O veto europeu não abrange itens industrializados - restringe-se a cortes "in natura",
que, no ano passado, somaram
287 mil toneladas, apenas 2,8%
do total processado no país.
Os embarques para a UE no
ano passado totalizaram US$
1,4 bilhão, 31,7% de toda a receita das exportações de carne
bovina (US$ 4,425 bilhões). Os
europeus são os compradores
que pagam melhor pelos cortes
"in natura". No ano passado, os
2,8% da produção representaram US$ 1,087 bilhão em divisas -24,6% de todos os embarques do setor. Em 2007, o país
exportou, para todos os destinos, 2,532 milhões de toneladas, 24,7% do processamento.
Antenor Nogueira considera
que, enquanto durar o veto ao
Brasil, a UE vai ter que recorrer
a outros fornecedores. As alternativas (Argentina, Uruguai e
Austrália) estão com os embarques de carne "in natura" comprometidos com outros destinos. Os sul-americanos, com os
Estados Unidos, e os australianos, com Japão e Coréia do Sul.
"Não há excedentes na oferta. Sem o Brasil, a demanda da
União Européia vai causar um
aumento geral de preços em escala internacional." Pela análise de Nogueira, mesmo os compradores que não pagam tanto
quanto os europeus, por causa
desse movimento, vão adquirir
a carne brasileira por valores
mais altos a partir de agora.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras
de Carne) não se manifestou
ontem sobre a proposta de produtores de interromper os embarques para a União Européia.
Colaborou MAURO ZAFALON, da Redação
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