São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Veto da União Européia atinge só 3% da produção

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) avaliou de forma favorável o adiamento da definição das fazendas habilitadas para exportação à União Européia. "Foi melhor que largar a lista lá", disse Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte da CNA.
O representante da CNA também disse que eventual interrupção dos embarques de carne bovina para a UE necessariamente não representa prejuízo econômico para o país.
Dos 10,246 milhões de toneladas de carne bovina que o Brasil processou no ano passado, 543,6 mil toneladas foram para a Europa, 5,3% da produção. O veto europeu não abrange itens industrializados - restringe-se a cortes "in natura", que, no ano passado, somaram 287 mil toneladas, apenas 2,8% do total processado no país.
Os embarques para a UE no ano passado totalizaram US$ 1,4 bilhão, 31,7% de toda a receita das exportações de carne bovina (US$ 4,425 bilhões). Os europeus são os compradores que pagam melhor pelos cortes "in natura". No ano passado, os 2,8% da produção representaram US$ 1,087 bilhão em divisas -24,6% de todos os embarques do setor. Em 2007, o país exportou, para todos os destinos, 2,532 milhões de toneladas, 24,7% do processamento.
Antenor Nogueira considera que, enquanto durar o veto ao Brasil, a UE vai ter que recorrer a outros fornecedores. As alternativas (Argentina, Uruguai e Austrália) estão com os embarques de carne "in natura" comprometidos com outros destinos. Os sul-americanos, com os Estados Unidos, e os australianos, com Japão e Coréia do Sul.
"Não há excedentes na oferta. Sem o Brasil, a demanda da União Européia vai causar um aumento geral de preços em escala internacional." Pela análise de Nogueira, mesmo os compradores que não pagam tanto quanto os europeus, por causa desse movimento, vão adquirir a carne brasileira por valores mais altos a partir de agora.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) não se manifestou ontem sobre a proposta de produtores de interromper os embarques para a União Européia.


Colaborou MAURO ZAFALON, da Redação


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