São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Dados dos EUA voltam a preocupar

Índice de confiança do consumidor atinge menor nível desde 1992, quando país estava em recessão

Preço de itens importados subiu 13,7% em janeiro em relação a igual mês de 2007; é o maior aumento anual pelo menos desde 1983

Jim Bounds - 3.fev.08/Bloomberg News
Consumidores em rede varejista nos EUA; confiança tem queda

DA REDAÇÃO

Os dados econômicos divulgados ontem aumentaram as preocupações sobre os rumos da economia americana. O índice de confiança do consumidor americano atingiu neste mês o seu menor nível desde fevereiro de 1992, período em que a economia dos EUA enfrentava recessão. Segundo a estimativa preliminar da pesquisa Reuters/Universidade de Michigan, o índice ficou em 69,6 pontos, com queda de 11,2% em relação a janeiro.
"As quedas anteriores dessa magnitude sempre foram associadas com recessões subseqüentes", afirmou Richard Curtin, diretor da pesquisa.
A parte do índice que mede as expectativas dos consumidores caiu de 68,1 pontos para 59,4 pontos, um sinal de que eles estão menos dispostos a gastar -o dado é ainda mais preocupante levando em conta que os gastos dos consumidores respondem por 70% da atividade econômica dos EUA. O levantamento também mostrou que metade dos consumidores espera queda na renda e aumento do desemprego neste ano.
Segundo a pesquisa, 86% dos entrevistados disseram acreditar que a economia americana já está em recessão. Esse é o maior índice desde 1982, quando os EUA atravessavam um dos piores momentos econômicos desde a Segunda Guerra.
Outra dado negativo divulgado ontem foi o preço dos produtos importados, que subiu 1,7% no mês passado -em dezembro, houve queda de 0,2%. Na comparação com janeiro de 2007, a alta foi de 13,7%, a maior desde 1983, quando o Departamento do Trabalho começou a medir o índice.
Os preços do petróleo importado subiram 5,5% e foram os que tiveram maior impacto. A alta do produto na comparação com janeiro do ano passado foi de 66,9%.
Já os preços dos itens exportados se expandiram em 1,2% em janeiro, uma alta de 0,8 ponto percentual na comparação com o mês anterior, apontando que as empresas norte-americanas estão cobrando mais por produtos industrializados e agrícolas.
A nova alta no preço dos importados, além do impacto na inflação, pode ter influenciado as compras dos consumidores, injetando menos dinheiro em uma economia que se desacelerou no último trimestre.
O plano do governo dos EUA para estimular a economia, assinado nesta semana pelo presidente George W. Bush, consiste basicamente em adiantar a restituição do Imposto de Renda para que os consumidores possam gastar mais, buscando impedir uma recessão.
Os cheques com a ajuda (que ficará entre US$ 600 e US$ 1.200 em boa parte dos casos) devem chegar na casa dos contribuintes a partir de maio.


Com "New York Times" e "Financial Times"

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