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MP suspende tributo sobre zonas de exportação
Governo publica medidas com incentivos a empresas que se instalarem nessas áreas
Exportadoras poderão manter no exterior capital obtido nas vendas; insumos e equipamentos nacionais não pagarão imposto federal
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou ontem as
regras para instalação das ZPEs
(Zonas de Processamento de
Exportação) permitindo que as
empresas mantenham no exterior por prazo indefinido todo o
capital estrangeiro obtido com
a venda de seus produtos.
De acordo com a medida provisória, as companhias que se
instalarem nas ZPEs não pagarão Imposto de Importação,
IPI, PIS/Cofins e PIS/Cofins de
importação. Além disso, também ficam livres do adicional
de frete de 25%.
Segundo Carlos Alberto Barreto, secretário-adjunto da Receita Federal, as ZPEs que se
instalarem na área de abrangência da Sudam/Sudene estarão, ainda, livres de Imposto de
Renda. Essa área inclui as regiões Norte, Nordeste e parte
dos Estados de Minas Gerais e
do Espírito Santo. "As ZPEs serão um fator preponderante na
atração de investimentos", diz.
A MP também elimina o pagamento de impostos federais
nas compras de insumos e bens
de capital no mercado doméstico. Assim, uma empresa localizada numa ZPE em Brasília poderá comprar, por exemplo,
embalagens em São Paulo sem
IPI e PIS/ Cofins.
"O que saiu na MP segue o
acordo feito com o Congresso.
Está de bom tamanho porque
dá para começar o jogo. É um
pacote de medidas que atrairá
investimentos, nenhum mecanismo hoje tem o potencial das
ZPEs", avaliou Helson Braga,
presidente da Abrazpe (Associação Brasileira de ZPEs).
Poderão entrar nas ZPEs só
empresas que exportarem no
mínimo 80% da produção. Caso descumpram a regra, haverá
cobrança dos impostos. Quem
se instalar nas áreas também ficará livre de tributos na importação de plantas industriais
completas, inclusive com equipamentos usados. Fora das
ZPEs, a importação de máquina usada requer licença de importação e análise do governo.
Para evitar questionamentos
judiciais e na OMC (Organização Mundial do Comércio), o
governo optou por instituir a
"suspensão" de tributos, em
vez da "isenção" tributária.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, oferecer a suspensão de impostos "elimina possibilidade
de questionamentos de nossos
parceiros comerciais na OMC".
Mecanismos semelhantes existem na Colômbia e no Panamá.
Barral, Barreto e Braga apostam que a ZPE atrairá empresas com capacidade de grande
aporte de capital, como siderurgia e refino de petróleo.
Estados e municípios deverão apresentar seus projetos
para o Conselho Nacional das
ZPEs, que já existe, mas que depende de decreto para que seja
definida sua composição.
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