São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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PRODUÇÃO

Paraná e Espírito Santo foram destaque em janeiro

Indústria tem ritmo maior em 12 de 14 áreas pesquisadas, diz IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Impulsionada pelo maior dinamismo das exportações e da fabricação de bens de consumo, a indústria apresentou, em janeiro, um maior ritmo de produção em 12 das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE (Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em janeiro, os crescimentos mais vigorosos ocorreram no Pará (10,7%) e no Espírito Santo (10,1%), beneficiados, respectivamente, pela extração de minério de ferro e pela produção de aço. A indústria paulista registrou expansão de 1,7%, puxada pelos ramos de farmacêutica e edição e impressão.
Essas três áreas resumem o desempenho da indústria em janeiro, que cresceu onde há uma maior presença de setores ligados ao mercado externo, especialmente produtores de commodities, e à fabricação de bens de consumo duráveis (TVs, celulares e veículos) e não-duráveis (remédios e combustíveis).
De acordo com Isabela Nunes, gerente responsável pela pesquisa do IBGE, o incremento da massa salarial e a contínua melhora das condições de crédito explicam o desempenho favorável dos bens de consumo.
Já os bons resultados das exportações, a despeito da valorização do real, contribuem para um avanço da produção de ramos como minério de ferro e celulose.
"Os números mostram que a indústria estava mais aquecida em janeiro do que no últimos trimestre de 2005 e as exportações e a produção de bens de consumo puxaram o desempenho do setor", disse Nunes.
A gerente ressaltou que 13 das 14 regiões apresentaram incremento no ritmo de produção em janeiro na comparação com o último trimestre de 2005. Só houve dinamismo menor em Pernambuco.

Acomodação
Em relação a dezembro, a produção industrial caiu 1,3% na taxa média nacional livre de efeitos sazonais, embora a indústria tenha crescido 3,2% ante janeiro de 2005. A queda de dezembro para janeiro foi interpretada, porém, como uma acomodação, já que nos três meses anteriores a produção havia crescido com força.
Devido a questões metodológicas, o IBGE não calcula a taxa com ajuste sazonal para as regiões.
Com o mesmo padrão de crescimento das áreas que lideraram em janeiro (ou seja, puxado por exportações e bens de consumo), as indústrias de Amazonas e Bahia registraram expansão de 5,6% e 6,6%, respectivamente.
Na primeira, os maiores impactos positivos vieram de material eletrônico (TV) e de comunicação (celulares) e equipamentos de transporte (motos). Já na Bahia, os destaques ficaram com refino de petróleo e celulose e papel.
Na outra ponta, a produção caiu no Rio Grande do Sul (2%) e Paraná (5,3%), prejudicados pela queda na fabricação de máquinas e equipamentos e veículos automotores, respectivamente.


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