São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Austin vê crescimento do PIB brasileiro abaixo de 1% em 2009

A Austin Rating revisou suas projeções para a economia brasileira após a queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre de 2008 e o corte de 1,5 ponto percentual no juro básico brasileiro. Agora, a consultoria projeta crescimento de 0,7% para o PIB do país em 2009. Até semana passada, a perspectiva era de alta de 2,2%.
Segundo o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, a expectativa no início do ano era de que os pacotes de estímulo dos governos mundiais tivessem efeito já no primeiro semestre e garantissem a estabilidade e o crescimento da economia. Com a divulgação de dados negativos em todo o mundo, a Austin revisou para baixo diversas de suas projeções.
Para Agostini, a forte desaceleração do PIB brasileiro, que cresceu 5,1% em 2008, fará de 2009 um ano de ajustes. Todas as empresas terão de buscar equilíbrio em suas contas e isso envolve produção, custos, eficiência e quadro de vagas.
"Essa queda na expansão do PIB significa desemprego maior, renda da população e lucro das empresas menores, baixo nível de investimentos e queda nas importações e exportações", afirma Agostini.
A perspectiva mais fraca de crescimento neste ano também levou a consultoria a projetar uma taxa básica de juro menor. A Austin espera outro corte de 1,5 ponto percentual na Selic na reunião de abril do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central. Com a redução, a Austin vê o juro básico em 9,75% ao ano.
A alta na taxa básica de juros é adotada pelo governo para o controle da inflação. Mas, mesmo com a expectativa dela vir a cair, a consultoria reduziu a projeção de inflação para 4,3% neste ano. "Com a demanda desaquecida, fica difícil para as empresas aumentarem os preços", diz.
Apesar das mudanças nas demais projeções, a Austin manteve a perspectiva do câmbio e acredita que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 2,20.

SEGURO
Cresce o número de concessionárias que tentam atrair clientes oferecendo seguro-desemprego. Agora, é a vez da rede Grand Brasil, que oferece o produto gratuitamente a quem comprar um carro por meio de financiamento. A promoção é válida para compras de novos e usados até 31 de março. A rede tem 12 concessionárias em São Paulo e na Baixada.

ADIADO
A Medial Saúde adiou a construção de três hospitais em SP por conta da crise, informa a Bloomberg.

PROTESTOS
Em fevereiro foram protestados 66.607 títulos em São Paulo -queda de 28%-, segundo o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da seção São Paulo.

KIT COMPLETO
A Nupi Brasil, fabricante de soluções para postos de serviços, começou a oferecer neste ano todos os produtos para o sistema de armazenamento subterrâneo de combustíveis dos postos de abastecimento. Antes a empresa, joint venture entre a brasileira Poly Easy e a italiana Nupi S.P.A, fornecia apenas equipamentos de tubulação, que respondem por 25% de um mercado que movimenta R$ 60 milhões ao ano no Brasil. Segundo Laércio Lopes, diretor da Nupi Brasil, a empresa seguia o modelo italiano de atuação -de vendas por peças-, mas precisou se reestruturar porque os postos brasileiros demandam um atendimento completo. Com os novos produtos agregados, a empresa pretende aumentar de 5% para 20% sua participação no mercado. Se concretizada, a expansão representa uma alta de 300% no faturamento.

FRANÇA
"As marcas Arezzo, Bob's, IGUI, Hering, Morana, Mar Rio, O Boticário e Via Uno estão na França participando da Franchise Expo Paris, principal evento de negócios em franquias da Europa, que vai até 16 de março."

FRANQUIAS
A iniciativa faz parte de um acordo de incentivo a exportação de franquias entre a Apex-Brasil e a ABF (associação de franchising) que recebeu investimentos de US$ 1,5 milhão. Entre os resultados do projeto, que teve início em 2005, estão 41 unidades abertas em 17 países.

CONFIANÇA
Mesmo com a crise, a confiança dos brasileiros cresceu em todas as instituições, segundo o 10º Estudo de Confiança da Edelman, feito com 4.500 pessoas no mundo. O governo continua a ser a instituição com menor grau de confiança, mas foi a que mais cresceu no ano.

TIME
Em meio a onda de desemprego, o mais importante para a reputação de uma empresa ainda é o tratamento que ela dá a seus funcionários, informa a pesquisa. O item foi assinalado por 98% dos entrevistados.


com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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