|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Saneamento pode ter mais R$ 1 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, disse ontem que
deverá ser convocada uma reunião extraordinária do CMN
(Conselho Monetário Nacional)
para liberar mais R$ 1 bilhão em
financiamentos bancários para a
área de saneamento.
Segundo ele, o objetivo do governo é liberar R$ 2,9 bilhões em
financiamentos para o setor de saneamento durante este ano. Portanto o total liberado no final do
ano passado não entrará na conta.
Mantega falou que esse total foi de
R$ 1 bilhão, mas sua assessoria
disse que o valor é um pouco
maior, em torno de R$ 1,4 bilhão.
No último acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional), ficou acertado que o país poderia gastar R$ 2,9 bilhões no setor de saneamento sem que esse
dinheiro reduzisse o superávit
primário (receitas menos despesas, exceto pagamento de juros).
A única condição era que os investimentos fossem rentáveis.
Depois disso é que foi liberado o
R$ 1,4 bilhão. Agora, o ministro
explicou que os R$ 2,9 bilhões serão gastos neste ano. "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer liberar até mais do que isso." Mantega não adiantou, porém, se as
regras acertadas com o FMI permanecerão as mesmas com a mudança.
O governo brasileiro defende
que os investimentos das estatais
não sejam contabilizados como
despesas para efeito de cálculo do
resultado fiscal. O assunto deverá
ser examinado neste mês na reunião anual do Fundo.
Mantega contou que a negociação com o FMI para a retirada de
parte dos investimentos em infra-estrutura do cálculo do superávit
vai beneficiar a Petrobras. Hoje,
esses investimentos são considerados gastos comuns e reduzem o
superávit.
"O que interessa é a relação entre a dívida pública e o PIB [Produto Interno Bruto]. Então o PIB
tem de crescer para que a dívida
seja menor." Mantega disse que
também os financiamentos de organismos multilaterais como o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) e o Banco
Mundial poderão ser excluídos do
gasto primário.
Juros de 13%
Para Mantega, o governo quer
reduzir a taxa a Selic de 16% para
13% até o final deste ano. "Teríamos uma taxa real [acima da inflação] de 7%, que ainda é alta",
disse. O ministro explicou que o
governo ainda persegue a meta de
inflação de 5,5% neste ano.
Em relação aos juros, Mantega
disse que o país já tem taxas reais
menores que 10% ao ano. Em seguida, disse que o objetivo do governo é ter taxas de juros reais de
3% a 3,5% ao ano. "E, se tivermos
de enfrentar o mercado financeiro para isso, nós vamos fazer."
Texto Anterior: Brasil acerta convênio para financiamento Próximo Texto: Panorâmica - Dívida: BNDES pode cobrar antes da AmBev Índice
|