São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

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Expectativa do mercado é nova redução da taxa Selic

Inflação norte-americana será divulgada amanhã

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado doméstico terá na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) o principal evento desta semana.
Nos Estados Unidos, a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor americano) amanhã vai ser o mais relevante evento a ser acompanhado pelo mercado financeiro.
Entre amanhã e quarta-feira, o Copom vai decidir como fica a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que está em 12,75% anuais.
A esmagadora maioria de investidores e analistas espera que a taxa seja reduzida em 0,25 ponto percentual, para 12,50%.
O cenário externo ainda incerto -especialmente devido à economia americana- não daria espaços para que o Copom fosse mais ousado neste momento. Uma parada técnica -ou seja, a manutenção da Selic no atual patamar- também tem sido descartada pelo mercado nesse momento.
Para o Departamento de Economia do Santander Banespa essa reunião do Copom "será realizada sob forte consenso de que a Selic sofrerá um corte de 0,25 ponto".
"Dificilmente o resultado será diferente, mas o mercado buscará na nota divulgada após a reunião e na ata motivos para acreditar que o Banco Central venha, em algum momento do ano, a cortar a taxa em 0,50 ponto percentual."
A Selic serve de referência para as outras taxas praticadas no mercado. Em períodos de alta da Selic, os juros cobrados em diferentes modalidades de crédito tendem a subir. Em momentos de redução da taxa básica, os outros juros tendem a recuar.
Na semana passada, as taxas futuras dos contratos DI (Depósito Interfinanceiro) negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) recuaram moderadamente.
De segunda para sexta, a taxa do DI de prazo de vencimento mais curto, que espelha as projeções para a reunião do Copom, recuou de 12,52% para 12,46% -o que indica expectativa de redução de 0,25 ponto na Selic.
A saída do diretor de Política Monetária do BC, Rodrigo Azevedo, na semana passada aumentou as expectativas do mercado em relação aos juros poderem recuar de forma mais forte no segundo semestre do ano. Azevedo -ao lado de Afonso Beviláqua, que deixou o BC no mês passado- era visto como um dos mais conservadores diretores da autoridade monetária.
Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra, diz que o BC "deve manter o ritmo de flexibilização da política monetária, reduzindo a taxa Selic em 0,25 ponto".
"Estimamos que a taxa de juros encerre 2007 em 11,25%, o que implica reduções de 0,25 pontos em todas as reuniões do Copom daqui até o final do ano", diz a economista.
Segundo o último boletim Focus, feito a partir de pesquisa do BC com cem bancos, a Selic deve encerrar o ano em 11,50%.

Inflação
Nos Estados Unidos será conhecido amanhã um importante indicador, que é o CPI do mês de março. O mercado espera que o índice de preços ao consumidor americano fique em torno de 0,6%. Em fevereiro, esse índice de preços marcou alta de 0,4%.
Para o núcleo do índice, que exclui as variações de preços de energia e alimentos, a expectativa é que demonstre uma alta de 0,2%.
Amanhã também serão conhecidos dados do mercado imobiliário americano, levantados pelo MBA (Associação de Bancos de Hipoteca dos EUA, na sigla em inglês).


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