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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Sócio leva construtora mexicana à Justiça
Modelo das construtoras
brasileiras que se voltaram à febre das moradias populares, as
construtoras mexicanas são temidas no mercado nacional por
seu tamanho e expertise. No
entanto, uma das maiores delas, a Homex, não só já chegou
ao país como está envolvida em
uma disputa judicial.
Dona de US$ 1,5 bilhão em
receita em 2007, a Homex apareceu no noticiário brasileiro,
no fim de 2007, porque estaria
atrás de sócio no país. Só que há
um porém: a Homex Brasil
existe desde julho e o sócio local está levando-a à Justiça por
descumprimento de contrato.
A Homex Brasil nasceu de
uma parceria entre a Homex
mexicana e a brasileira EOM,
dos empresários Jacques Khafif e Isaac Jacques Khafif. A Homex Global detém 67% do capital da empresa, e a EOM, 33%.
"Negociamos por quase seis
meses antes de assinar o contrato", afirma Khafif, que trabalha com incorporações desde
a década de 1970, prestando
serviços para construtoras de
imóveis de alto padrão.
Constituída em São Paulo, a
Homex Brasil está submetida a
um acordo de cotistas previsto
para durar 30 anos, com cláusula de não-concorrência entre
as partes. Porém, sem conseguir se entender com os sócios
mexicanos, Khafif entrou com
um protesto judicial e estuda
processá-los por danos morais.
Procurada pela Folha, a Homex Global disse, por e-mail,
não ter ciência de nenhuma
ação judicial impetrada pela
EOM. Carlos José Rolim de
Mello, da Machado Meyer Advogados e representante da
Homex no Brasil, não respondeu a pedidos de entrevista.
Segundo Khafif, a sociedade
começou a ser delineada no
início de 2007. Com dificuldade de entrar no Brasil, depois
de uma tentativa frustrada de
associação com a construtora
Goldfarb, a Homex estaria
atrás de uma nova parceria.
Khafif diz ter, nos meses seguintes, feito uma romaria com
executivos da Homex pelo país.
Afirma tê-los levado a obras
que ergueu e agendado reuniões com bancos, grandes
imobiliárias, escritórios de arquitetura e construtoras.
"Eles usaram minha rede de
contato e, ao perceber que podiam avançar sozinhos, passaram a me ignorar", diz Khafif.
"Recusaram-se a integralizar o
capital, não levaram à frente
planos e tocaram a empresa
sem a participação da EOM."
Khafif afirma estar atrás de
compensação moral. "Fui humilhado em um mercado no
qual era respeitado", diz.
Há, evidentemente, a busca
pela compensação material.
Khafif diz ter colocado R$ 100
mil na Homex Brasil e tinha R$
1,2 milhão, conforme extrato
bancário anexado ao protesto,
a ser depositado na empresa.
Os mexicanos deveriam aportar R$ 2,7 milhões, o que, segundo Khafif, não foi feito.
"Usaram meu dinheiro para
manter a empresa", diz.
NO LIMITE
Começa na sexta o 7º Fórum Empresarial, em Comandatuba. Idealizado por João Doria Jr., presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), o evento, que reúne
anualmente representantes de corporações e governo,
desta vez atinge sua maior configuração. São esperadas
700 pessoas, entre 320 CEOs, 12 governadores, três ministros, seis senadores e 15 deputados federais e acompanhantes. "Reuniremos 42% do PIB privado brasileiro para discutir um tema: educação pública de qualidade."
SEGURANÇA:
ACIDENTES EM INDÚSTRIAS CAEM 25% EM DOIS ANOS, DIZ ABRAMAN
O número de acidentes nas fábricas caiu 25% em dois
anos, segundo a pesquisa "Mapa da Manutenção", da Abraman (Associação Brasileira de Manutenção). Em 2007, a taxa de freqüência de acidentes foi de 14,25 pontos/ano. Na
pesquisa anterior, de 2005, o índice foi 19,19. No mesmo período, a taxa de gravidade das ocorrências caiu 28%. A entidade diz que o investimento em programas de qualificação
de mão-de-obra contribuiu para o resultado.
SUSTENTÁVEL
Nelson Jobim (Defesa)
abre o 2º Fórum de Desenvolvimento Sustentável, em
2 de maio, em Nova York.
Promovido pela Anubra (Associação das Nações Unidas
- Brasil), instituição vinculada à ONU, o evento terá entre os palestrantes o ex-presidente Bill Clinton e o Nobel da Paz Al Gore. São esperadas 400 pessoas, entre
empresários e políticos brasileiros e estrangeiros.
LÁ FORA
Em 2007, o Wal-Mart exportou R$ 720 milhões em
produtos brasileiros para lojas da rede nos 14 países em
que está presente, número
44% superior ao de 2006. Os
têxteis, principalmente toalhas, e os calçados estão entre os itens mais exportados.
BEM VESTIDO
Levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista
de Tecidos de SP aponta variação positiva de 3,5% nas
vendas da primeira quinzena de abril, ante março.
ENCAIXOTADOS
A Tetra Pak anuncia hoje
vendas globais de 8,7 bilhões em 2007, número
6,1% maior que em 2006. As
vendas de soluções para
processamento de alimentos foram de 911 milhões
em 2007 -alta de 12%.
NOS TRILHOS
A Vale inaugura hoje o Cepet (Centro de Pesquisa e
Treinamento Ferroviário),
no Complexo de Tubarão,
em Vitória (ES). O centro
tem quatro simuladores de
trens para treinar maquinistas da estrada de ferro Vitória a Minas e uma réplica de
cabine de locomotiva.
FÁBRICA QUENTE
O governador Sérgio Cabral inaugura hoje a AmBev
Vidros Rio, na qual foram investidos R$ 160 milhões e
que é considerada ecoeficiente. A fábrica de garrafas
long neck motivou concorrentes a entrar com um pedido na SDE, para que fosse
investigado eventual abuso
de concorrência.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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