São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Sócio leva construtora mexicana à Justiça

Modelo das construtoras brasileiras que se voltaram à febre das moradias populares, as construtoras mexicanas são temidas no mercado nacional por seu tamanho e expertise. No entanto, uma das maiores delas, a Homex, não só já chegou ao país como está envolvida em uma disputa judicial.
Dona de US$ 1,5 bilhão em receita em 2007, a Homex apareceu no noticiário brasileiro, no fim de 2007, porque estaria atrás de sócio no país. Só que há um porém: a Homex Brasil existe desde julho e o sócio local está levando-a à Justiça por descumprimento de contrato.
A Homex Brasil nasceu de uma parceria entre a Homex mexicana e a brasileira EOM, dos empresários Jacques Khafif e Isaac Jacques Khafif. A Homex Global detém 67% do capital da empresa, e a EOM, 33%.
"Negociamos por quase seis meses antes de assinar o contrato", afirma Khafif, que trabalha com incorporações desde a década de 1970, prestando serviços para construtoras de imóveis de alto padrão.
Constituída em São Paulo, a Homex Brasil está submetida a um acordo de cotistas previsto para durar 30 anos, com cláusula de não-concorrência entre as partes. Porém, sem conseguir se entender com os sócios mexicanos, Khafif entrou com um protesto judicial e estuda processá-los por danos morais.
Procurada pela Folha, a Homex Global disse, por e-mail, não ter ciência de nenhuma ação judicial impetrada pela EOM. Carlos José Rolim de Mello, da Machado Meyer Advogados e representante da Homex no Brasil, não respondeu a pedidos de entrevista.
Segundo Khafif, a sociedade começou a ser delineada no início de 2007. Com dificuldade de entrar no Brasil, depois de uma tentativa frustrada de associação com a construtora Goldfarb, a Homex estaria atrás de uma nova parceria.
Khafif diz ter, nos meses seguintes, feito uma romaria com executivos da Homex pelo país. Afirma tê-los levado a obras que ergueu e agendado reuniões com bancos, grandes imobiliárias, escritórios de arquitetura e construtoras.
"Eles usaram minha rede de contato e, ao perceber que podiam avançar sozinhos, passaram a me ignorar", diz Khafif. "Recusaram-se a integralizar o capital, não levaram à frente planos e tocaram a empresa sem a participação da EOM."
Khafif afirma estar atrás de compensação moral. "Fui humilhado em um mercado no qual era respeitado", diz.
Há, evidentemente, a busca pela compensação material. Khafif diz ter colocado R$ 100 mil na Homex Brasil e tinha R$ 1,2 milhão, conforme extrato bancário anexado ao protesto, a ser depositado na empresa. Os mexicanos deveriam aportar R$ 2,7 milhões, o que, segundo Khafif, não foi feito.
"Usaram meu dinheiro para manter a empresa", diz.

NO LIMITE

Começa na sexta o 7º Fórum Empresarial, em Comandatuba. Idealizado por João Doria Jr., presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), o evento, que reúne anualmente representantes de corporações e governo, desta vez atinge sua maior configuração. São esperadas 700 pessoas, entre 320 CEOs, 12 governadores, três ministros, seis senadores e 15 deputados federais e acompanhantes. "Reuniremos 42% do PIB privado brasileiro para discutir um tema: educação pública de qualidade."

SEGURANÇA:
ACIDENTES EM INDÚSTRIAS CAEM 25% EM DOIS ANOS, DIZ ABRAMAN
O número de acidentes nas fábricas caiu 25% em dois anos, segundo a pesquisa "Mapa da Manutenção", da Abraman (Associação Brasileira de Manutenção). Em 2007, a taxa de freqüência de acidentes foi de 14,25 pontos/ano. Na pesquisa anterior, de 2005, o índice foi 19,19. No mesmo período, a taxa de gravidade das ocorrências caiu 28%. A entidade diz que o investimento em programas de qualificação de mão-de-obra contribuiu para o resultado.

SUSTENTÁVEL
Nelson Jobim (Defesa) abre o 2º Fórum de Desenvolvimento Sustentável, em 2 de maio, em Nova York. Promovido pela Anubra (Associação das Nações Unidas - Brasil), instituição vinculada à ONU, o evento terá entre os palestrantes o ex-presidente Bill Clinton e o Nobel da Paz Al Gore. São esperadas 400 pessoas, entre empresários e políticos brasileiros e estrangeiros.

LÁ FORA
Em 2007, o Wal-Mart exportou R$ 720 milhões em produtos brasileiros para lojas da rede nos 14 países em que está presente, número 44% superior ao de 2006. Os têxteis, principalmente toalhas, e os calçados estão entre os itens mais exportados.

BEM VESTIDO
Levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de SP aponta variação positiva de 3,5% nas vendas da primeira quinzena de abril, ante março.

ENCAIXOTADOS
A Tetra Pak anuncia hoje vendas globais de 8,7 bilhões em 2007, número 6,1% maior que em 2006. As vendas de soluções para processamento de alimentos foram de 911 milhões em 2007 -alta de 12%.

NOS TRILHOS
A Vale inaugura hoje o Cepet (Centro de Pesquisa e Treinamento Ferroviário), no Complexo de Tubarão, em Vitória (ES). O centro tem quatro simuladores de trens para treinar maquinistas da estrada de ferro Vitória a Minas e uma réplica de cabine de locomotiva.

FÁBRICA QUENTE
O governador Sérgio Cabral inaugura hoje a AmBev Vidros Rio, na qual foram investidos R$ 160 milhões e que é considerada ecoeficiente. A fábrica de garrafas long neck motivou concorrentes a entrar com um pedido na SDE, para que fosse investigado eventual abuso de concorrência.


com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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