São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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Lula afirma que protecionismo é droga que leva à depressão

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou ontem o protecionismo a uma droga que leva à depressão. Segundo o presidente, a solução para a crise envolve uma participação maior do Estado na economia e o fortalecimento de instituições multilaterais.
"O protecionismo é como uma droga que oferece alívio imediato, mas que logo lança sua vítima numa prolongada depressão", declarou em discurso no Fórum Econômico Global na América Latina, aberto ontem no Copacabana Palace, zona sul do Rio.
O evento faz parte do calendário do Fórum Econômico Mundial e tem como principal tema a crise econômica. De acordo com o presidente, a crise não será resolvida com a aplicação de medidas de curto prazo, e sim com soluções profundas e estruturais.
Como primeiro passo para a mudança, citou a distribuição de cotas de votos no FMI e no Banco Mundial. Segundo Lula, não faria sentido realizar um maior aporte de recursos nessas instituições se os países emergentes continuassem marginalizados na tomada de decisões. "A verdade nua e crua é que entrou água no navio e não adianta dizer que estava na primeira, segunda ou terceira classe. Quando o Titanic afundou, não interessou a classe, quem estava no barco pagou o preço", disse.
O presidente afirmou que fará o que for necessário para evitar que o país volte à estagnação da década de 1980 e fez um apelo para que os empresários não suspendam planos de investimento, afirmando que o governo tem condições de financiar os projetos via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Na avaliação de Lula, a crise pôs fim à tese do Estado mínimo, que predominou na década de 1990. "Achar que o Estado só atrapalha foi a política do século 20. Na hora que o calo aperta, quem pode salvá-lo é o Estado que não valia nada", disse.
Lula afirmou ainda que a ideologia não pode ser justificativa para evitar a estatização de bancos, se for necessária, mesmo que temporariamente.


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