TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas semanas antes do previsto, o Santander abriu a temporada de divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2009, período marcado pelo aperto no crédito e incertezas por conta da crise. Sem contar o Banco Real, em processo de incorporação, o Santander teve lucro líquido de R$ 416,409 milhões, 7,12% maior do que no mesmo período de 2008.
O lucro foi prejudicado pelo aumento de 40% das provisões para devedores duvidosos, em relação ao primeiro trimestre de 2008. O balanço com os dados do Banco Real sairá no dia 29.
Apesar do aperto no crédito, o Santander conseguiu ampliar em 6,4% o resultado com intermediação financeira, em relação ao mesmo período de 2008. Desde dezembro, a carteira de financiamentos subiu de R$ 55,9 bilhões para R$ 56,4 bilhões.
Com as turbulências no mercado, a tesouraria trouxe ganhos 9% menores em relação ao reportado no primeiro trimestre de 2008. A receita de serviços, que inclui tarifas, desabou 31%.
O resultado do Santander inclui eventos extraordinários como a compra da parte da japonesa Tokio Marine na seguradora Real Tokio Marine, que somou R$ 47,8 milhões. Conta ainda com ganhos de R$ 521,2 milhões provenientes de empresas coligadas e controladas, como o próprio Real, que não existiam em 2008. O banco não divulgou como ficaria o resultado sem os eventos extraordinários.
O adiantamento da divulgação ontem, que ocorreu antes da matriz na Espanha, se deve à exigência do BC e da CVM devido à incorporação do Real, aprovada anteontem pelos gestores de ambos os bancos e que deve ainda passar pelas assembleias de acionistas no dia 30. Com essas últimas aprovações, o Real deixa de existir -a marca continua- e seus ativos serão finalmente incorporados pelo Santander no Brasil.


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