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IPI menor para material de construção é prorrogado
Benefício, que acabaria em junho, é estendido até o fim do ano; medida custará R$ 723 mi
Mantega diz que "afobação
do comprador que não quer
perder incentivo" elevou
preços e levou governo
a prorrogar o benefício
JANAINA LAGE
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a
prorrogação do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) para o setor de material de
construção até o fim do ano. O
benefício deveria acabar em junho, mas, segundo Mantega, a
demanda aquecida provocou
uma afobação por parte dos
compradores para adquirir
produtos com custo mais baixo.
"Quando você vai fazer uma
casa ou um apartamento, precisa de um certo tempo. A compra de material é espaçada no
tempo. Com o prazo final em
junho, está havendo uma concentração de pedidos que está
elevando alguns preços por
conta dessa afobação do comprador que não quer perder o
incentivo", disse o ministro,
que visitou ontem o estaleiro
STX Brasil Offshore, em Niterói, onde participou de evento
do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore.
A prorrogação do IPI vai custar R$ 723 milhões aos cofres
públicos, segundo cálculos da
Receita Federal.
De acordo com Mantega, a
medida se justifica porque o setor de material de construção
está mais ligado ao investimento do que ao consumo. A construção civil representa cerca de
40% do investimento no país. O
ministro diz que a medida contribui para manter a taxa de investimento em nível elevado e
que nenhum outro setor deverá
contar com prorrogação da
isenção de impostos.
O presidente da Anamaco
(Associação Nacional dos Comerciantes de Material de
Construção), Cláudio Conz,
afirmou que a prorrogação do
benefício evita que as obras e o
programa Minha Casa, Minha
Vida pressionem os preços ou
causem desabastecimento.
"Estávamos passando por
um período de antecipação de
compra, principalmente nos
últimos 30 dias, e isso estava
causando algum desconforto e
até a previsão de falta de produtos nos próximos 60 dias."
Estudo apresentado pelo setor ao ministro estima que a redução total do IPI sobre material de construção resultaria
em aumento de 1,34% do PIB e
também em uma expansão de
1,27% no nível de emprego em
um período de 24 meses.
Segundo dados da FGV, o Índice Nacional da Construção
Civil saltou de 0,36% em fevereiro para 0,75% em março.
Boa parte desse resultado, no
entanto, está relacionada a aumento da mão de obra.
Em fevereiro, o faturamento
total das vendas internas de
material de construção cresceu
19,01% na comparação com
igual período do ano anterior,
segundo dados da Abramat (associação da indústria de material de construção).
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