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Dólar bate em R$ 1,734, e BC intervém duas vezes
Com atuação, moeda fecha
em alta; juro futuro sobe
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central teve de
atuar de forma mais intensa no
mercado de câmbio para conter
a depreciação do dólar. Duas
intervenções durante o pregão
de ontem foram necessárias
para afastar a moeda de seu piso no dia, que foi de R$ 1,734.
No encerramento, o dólar ficou
em R$ 1,752 (alta de 0,17%).
Sem a atuação mais vigorosa
da autoridade monetária, o dólar caminhava para cravar ontem seu sexto dia consecutivo
de baixa. Segundo operadores
de corretoras, o BC não realizava dois leilões de compra de
moeda estrangeira desde 2007.
"Havia muito tempo o BC
não atuava como hoje [ontem].
Mas houve uma operação extraordinária que resultou na
entrada de um volume excessivo de moeda, para o qual não
havia demanda suficiente. Sem
a atuação do BC, a moeda caminharia para R$ 1,70", afirmou
João Medeiros, diretor da corretora de câmbio Pionner.
Nas mesas das corretoras, comentou-se que foi um banco,
de médio porte, que trouxe um
volume expressivo de dólares
para o mercado local, pois teria
tido perdas com operações na
BM&F, tendo de honrá-las.
Além da entrada de ontem, o
mercado tem lidado com o
crescente fluxo de capital externo para a Bolsa. Após o saldo
das operações feitas pelos estrangeiros ter ficado positivo
em R$ 3,15 bilhões em março
-melhor resultado desde setembro passado-, mais R$ 1,3
bilhão líquido entrou na Bolsa
nos primeiros dez dias do mês.
O dólar acumula desvalorização de 1,63% em abril.
Na Bovespa, os investidores
preferiram ignorar o dia positivo no exterior e venderam
ações. A Bolsa teve baixa de
0,72%, indo a 70.524 pontos.
Com a proximidade da reunião do Copom, muito aguardada por representar, provavelmente, o início do ciclo de
elevações da taxa básica Selic, o
mercado começa a se agitar. A
expectativa predominante é
que a Selic seja aumentada em
0,50 ou 0,75 ponto percentual.
Mas já começam a aparecer defensores de uma elevação de
um ponto nos juros, que estão
hoje em 8,75% anuais.
No pregão da BM&F de ontem, a taxa projetada no contrato que vence no fim do ano
foi de 10,66% para 10,71%.
A pressão dos preços, apontada na última divulgação do
IPCA, tem fortalecido a percepção de que talvez seja necessário elevar a Selic para patamares acima do projetado hoje.
Para a Bolsa, tal cenário não é
animador. Quanto maior for a
Selic, mais os investidores ficam tentados a trocar ações por
aplicações que rendem juros.
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