São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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Política deixou "herança maldita" para a economia

DA REPORTAGEM LOCAL

Quais foram a receita e as conseqüências do "milagre"? Como toda discussão a respeito de economia, o episódio é polêmico.
Para os críticos da política do "milagre", os anos de crescimento custaram ao país um ajuste doloroso.
Em meados da década de 60, discutia-se, como hoje, se o governo deveria concentrar suas atenções no controle da inflação ou afrouxar as cordas e deixar a economia crescer.
Delfim Netto, que se tornou ministro da Fazenda em 1967, dizia acreditar que não era possível crescer com inflação, mas também avaliava que o problema brasileiro não era a alta de preços gerada por superaquecimento da economia.
Foi a partir desse diagnóstico que ele elaborou a política econômica do "milagre": investimentos públicos, incentivo a investimentos privados e às exportações, crédito barato. Para financiar o crescimento, o Brasil contava com empréstimos e investimentos estrangeiros.
As taxas de crescimento foram recordes. Mas a necessidade de comprar produtos do exterior superava a capacidade de exportação, gerando déficits comerciais. Empresas públicas e privadas também se endividavam no mercado internacional para financiar seus investimentos.
O endividamento exigia a remessa de dólares para pagar juros e empréstimos e desequilibrou contas e balanços, obrigando o país a recorrer aos ajustes recessivos do Fundo Monetário Internacional e a entrar na década perdida dos anos 80 com crescimento médio de pouco mais de 2%.



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