São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Thomson fecha compra da Reuters por US$ 17,2 bi

Nova companhia será a maior do setor de informações financeiras, com 34% do mercado, passando a Bloomberg

Negócio ainda precisa ser aprovado por autoridades reguladoras e empresas dizem que pode levar 1 ano para que ele seja finalizado


Justin Lane/EFE
Prédio da agência Reuters na Times Square, em Nova York


DA REDAÇÃO

Após 11 dias de negociações, a britânica Reuters disse ontem que aceitou a proposta de 8,7 bilhões de libras esterlinas (cerca de US$ 17,2 bilhões) da canadense Thomson Corp. A união das duas empresas formará o maior grupo mundial de informações financeiras, superando a Bloomberg.
Em nota conjunta, elas afirmaram que o negócio ainda precisa ser aprovado pelas autoridades reguladoras (especialmente nos Estados Unidos e na União Européia) e que "não há nenhuma garantia de que as aprovações serão obtidas e sob quais condições". As empresas disseram que pode levar até um ano para que o negócio seja concretizado.
O conselho independente da Reuters, que é um órgão formado para garantir a integridade jornalística da companhia e que poderia vetar a aquisição, aprovou o negócio. "Nós achamos que a criação da Thomson-Reuters é um divisor de águas no mercado global de informações", afirmou o presidente do conselho, Pehr Gyllenhammar.
Porém, jornalistas da Reuters disseram em carta aberta a Gyllenhammar que têm "preocupações profundas" se a nova companhia "manterá os altos níveis de jornalismo e de integridade, a independência e a ausência de preconceito que moldaram os 156 anos de reputação da empresa e que são cruciais para o seu sucesso futuro".

Conselho
Pelo acordo, a Thomson-Reuters terá dois conselhos administrativos, e seus papéis serão transacionados nas Bolsas do Canadá, dos EUA e do Reino Unido. Tom Glocer, principal executivo da Reuters, se tornará o principal executivo da Thomson-Reuters.
David Thomson, presidente do conselho administrativo da Thomson Corp (que tem sede nos EUA e capital canadense), ocupará cargo semelhante na nova companhia. A família Thomson terá 53% das ações. Acionistas da canadense terão 24% da nova empresa, e os da Reuters, 23%.
Questionado sobre estudos que mostram que 70% das fusões fracassam, Glocer disse ao "Financial Times" que a nova empresa deve ficar "firmemente no grupo dos 30%". Segundo ele, é importante observar os motivos para os fracassos dos acordos. "Essa foi uma transação surpreendentemente próxima e cordial."
A fusão da Thompson com a Reuters forma a maior empresa do mundo na comercialização de informações e sistemas de negociação para o setor de serviços financeiros. De acordo com a consultoria Inside Market Data, juntas elas tiveram uma participação de 34% nesse mercado em 2006. A britânica teve 23%, e a canadense, 11%.
A Bloomberg, empresa do prefeito de Nova York e um dos cogitados para ser o candidato republicano à Presidência dos EUA na eleição de 2008, Michael Bloomberg, deteve 33% do mercado de informações financeiras no ano passado.
A Dow Jones, que recebeu recentemente oferta de US$ 5 bilhões do bilionário australiano Rupert Murdoch (a proposta também inclui o "Wall Street Journal"), ficou na quinta posição, com 3%.
Esse setor inclui a venda de informações, dados e softwares analíticos para corretoras, investidores, entre outros, e é considerado muito lucrativo.
O principal mercado da Thomson está na América do Norte, mas tem pouca penetração em outras regiões. Já a Reuters tem forte presença na Europa, na Ásia e na África, porém sua participação é menor nos Estados Unidos.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Outro lado: Associação de locadoras repudia ação
Próximo Texto: Memória: Agência usou pombo-correio no século 19
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.