|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Thomson fecha compra da Reuters por US$ 17,2 bi
Nova companhia será a maior do setor de informações financeiras, com 34% do mercado, passando a Bloomberg
Negócio ainda precisa ser aprovado por autoridades reguladoras e empresas
dizem que pode levar 1 ano para que ele seja finalizado
Justin Lane/EFE
|
Prédio da agência Reuters na Times Square, em Nova York |
DA REDAÇÃO
Após 11 dias de negociações, a
britânica Reuters disse ontem
que aceitou a proposta de 8,7
bilhões de libras esterlinas
(cerca de US$ 17,2 bilhões) da
canadense Thomson Corp. A
união das duas empresas formará o maior grupo mundial de
informações financeiras, superando a Bloomberg.
Em nota conjunta, elas afirmaram que o negócio ainda
precisa ser aprovado pelas autoridades reguladoras (especialmente nos Estados Unidos
e na União Européia) e que
"não há nenhuma garantia de
que as aprovações serão obtidas e sob quais condições". As
empresas disseram que pode
levar até um ano para que o negócio seja concretizado.
O conselho independente da
Reuters, que é um órgão formado para garantir a integridade
jornalística da companhia e
que poderia vetar a aquisição,
aprovou o negócio. "Nós achamos que a criação da Thomson-Reuters é um divisor de águas
no mercado global de informações", afirmou o presidente do
conselho, Pehr Gyllenhammar.
Porém, jornalistas da Reuters disseram em carta aberta a
Gyllenhammar que têm "preocupações profundas" se a nova
companhia "manterá os altos
níveis de jornalismo e de integridade, a independência e a
ausência de preconceito que
moldaram os 156 anos de reputação da empresa e que são cruciais para o seu sucesso futuro".
Conselho
Pelo acordo, a Thomson-Reuters terá dois conselhos administrativos, e seus papéis serão transacionados nas Bolsas
do Canadá, dos EUA e do Reino
Unido. Tom Glocer, principal
executivo da Reuters, se tornará o principal executivo da
Thomson-Reuters.
David Thomson, presidente
do conselho administrativo da
Thomson Corp (que tem sede
nos EUA e capital canadense),
ocupará cargo semelhante na
nova companhia. A família
Thomson terá 53% das ações.
Acionistas da canadense terão
24% da nova empresa, e os da
Reuters, 23%.
Questionado sobre estudos
que mostram que 70% das fusões fracassam, Glocer disse ao
"Financial Times" que a nova
empresa deve ficar "firmemente no grupo dos 30%". Segundo
ele, é importante observar os
motivos para os fracassos dos
acordos. "Essa foi uma transação surpreendentemente próxima e cordial."
A fusão da Thompson com a
Reuters forma a maior empresa do mundo na comercialização de informações e sistemas
de negociação para o setor de
serviços financeiros. De acordo
com a consultoria Inside Market Data, juntas elas tiveram
uma participação de 34% nesse
mercado em 2006. A britânica
teve 23%, e a canadense, 11%.
A Bloomberg, empresa do
prefeito de Nova York e um dos
cogitados para ser o candidato
republicano à Presidência dos
EUA na eleição de 2008, Michael Bloomberg, deteve 33%
do mercado de informações financeiras no ano passado.
A Dow Jones, que recebeu
recentemente oferta de US$ 5
bilhões do bilionário australiano Rupert Murdoch (a proposta também inclui o "Wall Street
Journal"), ficou na quinta posição, com 3%.
Esse setor inclui a venda de
informações, dados e softwares
analíticos para corretoras, investidores, entre outros, e é
considerado muito lucrativo.
O principal mercado da
Thomson está na América do
Norte, mas tem pouca penetração em outras regiões. Já a Reuters tem forte presença na Europa, na Ásia e na África, porém
sua participação é menor nos
Estados Unidos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Outro lado: Associação de locadoras repudia ação Próximo Texto: Memória: Agência usou pombo-correio no século 19 Índice
|