|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Banco do Brasil lucra R$ 1,4 bilhão, 40% menos que no 1º tri de 2006
Reflexo de efeito contábil, resultado deixa o banco atrás de Itaú e Bradesco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diferentemente do que
aconteceu com as instituições
financeiras de grande porte que
já divulgaram balanços neste
começo de ano, o lucro do Banco do Brasil sofreu uma forte
queda no primeiro trimestre:
entre janeiro e março, os ganhos apurados pelo BB somaram R$ 1,4 bilhão, valor 40%
menor do que o apurado no
mesmo período de 2006.
O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes,
diz que a queda foi normal e reflete procedimentos contábeis
que inflaram, artificialmente,
os resultados do banco no primeiro trimestre de 2006.
Os números divulgados ontem também foram bem recebidos pelo mercado, e as ações
do BB encerraram o pregão entre as maiores altas da Bolsa.
Ainda assim, o resultado ficou
atrás dos de seus principais
concorrentes: Itaú e Bradesco
lucraram R$ 1,9 bilhão e R$ 1,7
bilhão, respectivamente.
Diante do aumento da concorrência, o BB já corre atrás de
medidas que possam melhorar
a eficiência nas suas operações.
O banco anunciou já um programa de demissão voluntária
que pode contar com a adesão
de até 12 mil funcionários que
já estejam próximos da aposentadoria. Além disso, escritórios
regionais foram fechados para
concentrar operações de análise de crédito e logística em apenas cinco cidades.
Também para manter sua
participação no mercado, o BB
conta com a possibilidade de
efetuar a aquisição do Besc
(Banco do Estado de Santa Catarina) num prazo de seis meses, de acordo com Mendes.
O governo federal assumiu a
direção do Besc depois da renegociação das dívidas do Estado
de Santa Catarina, e, assim como ocorreu com outros bancos
estaduais na mesma situação, a
idéia inicial era privatizá-lo.
Agora, a instituição deve ser incorporada pelo BB.
A queda no lucro deste início
de ano se explica por um procedimento contábil que inflou os
ganhos obtidos pelo banco no
início de 2006. Na ocasião, o
CMN (Conselho Monetário
Nacional) mudou as regras para o uso de créditos tributários
-instrumento que permite que
uma empresa que tenha prejuízo num certo ano possa compensá-lo, posteriormente, com
um desconto nos tributos a serem pagos. A mudança permitiu que o BB utilizasse R$ 1,9 bilhão em créditos tributários em
março de 2006, influenciando
o lucro daquele trimestre.
A exemplo do que ocorreu
com seus principais concorrentes, a cobrança de tarifas e os
juros de empréstimos foram as
principais fontes de faturamento do Banco do Brasil neste
início de ano.
No primeiro trimestre, o faturamento do banco com tarifas somou R$ 2,4 bilhões, 13% a
mais do que no mesmo período
de 2006. Até março, a carteira
de crédito do BB cresceu 33%,
chegando a R$ 140,4 bilhões.
Texto Anterior: Memória: Agência usou pombo-correio no século 19 Próximo Texto: Para STJ, BC não deve R$ 1 bilhão a Banco Mercantil Índice
|