São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Banco do Brasil lucra R$ 1,4 bilhão, 40% menos que no 1º tri de 2006

Reflexo de efeito contábil, resultado deixa o banco atrás de Itaú e Bradesco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diferentemente do que aconteceu com as instituições financeiras de grande porte que já divulgaram balanços neste começo de ano, o lucro do Banco do Brasil sofreu uma forte queda no primeiro trimestre: entre janeiro e março, os ganhos apurados pelo BB somaram R$ 1,4 bilhão, valor 40% menor do que o apurado no mesmo período de 2006.
O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes, diz que a queda foi normal e reflete procedimentos contábeis que inflaram, artificialmente, os resultados do banco no primeiro trimestre de 2006.
Os números divulgados ontem também foram bem recebidos pelo mercado, e as ações do BB encerraram o pregão entre as maiores altas da Bolsa. Ainda assim, o resultado ficou atrás dos de seus principais concorrentes: Itaú e Bradesco lucraram R$ 1,9 bilhão e R$ 1,7 bilhão, respectivamente.
Diante do aumento da concorrência, o BB já corre atrás de medidas que possam melhorar a eficiência nas suas operações. O banco anunciou já um programa de demissão voluntária que pode contar com a adesão de até 12 mil funcionários que já estejam próximos da aposentadoria. Além disso, escritórios regionais foram fechados para concentrar operações de análise de crédito e logística em apenas cinco cidades.
Também para manter sua participação no mercado, o BB conta com a possibilidade de efetuar a aquisição do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) num prazo de seis meses, de acordo com Mendes.
O governo federal assumiu a direção do Besc depois da renegociação das dívidas do Estado de Santa Catarina, e, assim como ocorreu com outros bancos estaduais na mesma situação, a idéia inicial era privatizá-lo. Agora, a instituição deve ser incorporada pelo BB.
A queda no lucro deste início de ano se explica por um procedimento contábil que inflou os ganhos obtidos pelo banco no início de 2006. Na ocasião, o CMN (Conselho Monetário Nacional) mudou as regras para o uso de créditos tributários -instrumento que permite que uma empresa que tenha prejuízo num certo ano possa compensá-lo, posteriormente, com um desconto nos tributos a serem pagos. A mudança permitiu que o BB utilizasse R$ 1,9 bilhão em créditos tributários em março de 2006, influenciando o lucro daquele trimestre.
A exemplo do que ocorreu com seus principais concorrentes, a cobrança de tarifas e os juros de empréstimos foram as principais fontes de faturamento do Banco do Brasil neste início de ano.
No primeiro trimestre, o faturamento do banco com tarifas somou R$ 2,4 bilhões, 13% a mais do que no mesmo período de 2006. Até março, a carteira de crédito do BB cresceu 33%, chegando a R$ 140,4 bilhões.


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