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EUA respeitam mar do Brasil, diz comandante
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comandante do Comando
Sul dos Estados Unidos, almirante James Stavridis, tentou
ontem eliminar suspeitas sobre
a atuação norte-americana nos
mares da América do Sul e Caribe dizendo que seu país respeitará os limites territoriais
também no oceano. "Os EUA
vão respeitar os mares territoriais e as Zonas Econômicas
Exclusivas das nações do mundo", disse Stavridis, na 4ª Conferência de Defesa do Cone Sul.
A declaração de Stavridis serve de resposta ao presidente da
ANP (Agência Nacional de Petróleo), Haroldo Lima, que defendeu anteontem ações de defesa para proteger a ZEE brasileira porque "os Estados Unidos não respeitam muito esse
negócio de 200 milhas."
Segundo a Convenção de
Montego Bay, da qual o Brasil é
signatário, o país tem mar territorial de 12 milhas náuticas e
ZEE de 188 milhas. Esta zona
pode ser estendida até 300 milhas, se houver prolongamento
da plataforma continental no
fundo do oceano, o que pode
ser verificado tecnicamente.
Boa parte das novas reservas
de petróleo localizadas pela
ANP se localizam na ZEE, na
chamada camada pré-sal. A
apreensão de Lima também se
justifica porque os EUA assinaram, mas não ratificaram a convenção. Outro motivo de preocupação, principalmente entre
militares brasileiros, é a recriação da 4ª Frota dos EUA, responsável pela área do Caribe e
da América do Sul.
A 4ª Frota será composta por
dois navios-hospitais, mais voltada a ações de alívio humanitário e casos de desastres naturais, disse Stavridis.
A preocupação do presidente
da ANP não é compartilhada
pela Marinha brasileira. Segundo o chefe do Estado Maior de
Defesa, almirante-de-esquadra
Marcos Martins Torres, não há
chance de violação da ZEE pelos EUA. "Vejo pelo que foi
apresentado, antes de receber
comunicação oficial sobre a 4ª
Frota, que existe respeito à soberania de cada país. Não temo
essa quebra de soberania, isso
não vai ocorrer", disse, ao lado
de Stavridis. Segundo o almirante, embarcações estrangeiras sempre informam a Marinha sobre a entrada na ZEE.
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