|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Economia alemã afunda ainda mais o PIB europeu
País mais rico do bloco tem queda recorde, e região se contrai pelo 4º tri seguido
PIB francês encolhe desde o 2º tri de 2008, revela nova revisão oficial, na mais longa sequência negativa da economia em 60 anos
DA REDAÇÃO
Com a Alemanha encolhendo em ritmo recorde, a economia da zona do euro afundou
ainda mais nos primeiros três
meses deste ano, mostrando
que a crise financeira global
não perdeu força e continuou a
afetar exportações e investimentos por todo o bloco.
O PIB do grupo de 16 países
se retraiu em 2,5% no primeiro
trimestre deste ano ante os três
meses anteriores, queda ainda
maior que a registrada nos últimos três meses de 2008 -que
era o pior resultado já registrado pela região e que foi marcada pelo agravamento da crise,
reflexo da quebra do banco
americano Lehman Brothers.
O resultado europeu foi ainda pior que o do epicentro da
crise, os EUA, que encolheram
1,6%, e mostra que a região está
entre as que mais sofrem com
os problemas da economia global. Várias analistas dizem que
a economia europeia é muito
dependente das exportações e
que seus governantes foram
lentos demais no aumento dos
gastos para conter a crise.
Com a nova queda, são 12
meses consecutivos de retração
da economia da zona do euro,
que enfrenta a pior recessão
desde o fim da Segunda Guerra.
Alguns indicadores de abril
(como confiança de consumidor e empresas) já começam a
mostrar uma leve recuperação,
que, no entanto, deve ser insuficiente para impedir que a retração neste ano seja expressiva -o FMI prevê que o PIB do
bloco cairá 4,3%.
A retração do bloco foi puxada pela Alemanha, a principal
economia da Europa, que se
contraiu em 3,8%, a maior queda desde a reunificação, em
1990, e, levando em conta os
dados da Alemanha Ocidental,
o pior resultado desde 1970,
que são os mais antigos que podem ser comparados.
Altamente dependente das
exportações (que desabaram
com os consumidores em todo
o mundo freando seus gastos),
o PIB alemão só não sofreu um
tombo pior que o da Eslováquia
e, se a queda continuar nesse
ritmo, a maior economia europeia vai chegar no final do ano
um quinto menor, revertendo
os ganhos de uma década e
meia de crescimento.
O governo da chanceler Angela Merkel prevê gastos de
82 bilhões para tentar tirar a
economia da pior recessão em
mais de 60 anos. Indicadores
como pedidos industriais e
confiança das empresas dão sinais de estabilização, mas a
queda do PIB foi "dramaticamente pior que a esperada",
disse Joerg Lueschow, analista
do banco WestLB. "Nós só podemos esperar que a melhora
na confiança não tenha sido
uma miragem, mas um sinal de
estabilização e recuperação."
Os problemas, porém, não ficaram restritos à Alemanha. A
Itália, por exemplo, encolheu
mais 2,4%, a maior retração
desde que começou o atual levantamento, em 1980. Na
França, a queda foi metade disso, mas o governo revisou os
dados do ano passado, que agora mostram que a economia se
retrai desde o segundo trimestre de 2008, a mais longa sequência negativa desde 1949
-a estimativa anterior apontava crescimento entre julho e
setembro do ano passado.
E, apesar de alguns sinais de
estabilidade no bloco, economistas afirmam que o crescimento só deve começar no ano
que vem e que o desemprego
vai continuar se expandindo. A
taxa de desemprego no mês
passado era de 8,9%, e a UE
prevê que ela chegará a 11,5%
no ano que vem. Em abril de
2008, estava em 7,3%.
Com o "Financial Times" e agências internacionais
Texto Anterior: Comgás corta investimento de R$ 1,4 bi Próximo Texto: PIB da Rússia encolhe 23% no 1º trimestre Índice
|