São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009

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Fabricantes esperam alta na margem de lucro

DA REPORTAGEM LOCAL

Boa parte do prejuízo registrado tanto pela Sadia como pela Perdigão, no primeiro trimestre do ano, disse respeito aos chamados ajustes de estoques.
Na Perdigão, os custos com paradas, férias coletivas, quebra de ovos e matança de pintos foram de R$ 80 milhões no primeiro trimestre. Na Sadia, foram mais R$ 50 milhões, de acordo com dados divulgados nas teleconferências ontem.
O motivo é um só: com a retração do mercado internacional, houve aumento na oferta de carnes em geral, o que derrubou o preço. A Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos) orientou que fosse feito um corte de 20% na produção das empresas.
Os ovos, que fertilizados não podem ser vendidos por determinação da Vigilância Sanitária, começaram a ser destruídos aos milhares.
Agora, a expectativa das empresas é que os preços continuem em alta e que haja recuperação de margem. A busca pela rentabilidade cada vez maior, item obrigatório no planejamento das companhias, é um dos principais temores dos órgãos de defesa do consumidor com a concentração de mercado.
Quando comprou a Eleva, por exemplo, a Perdigão tinha a expectativa de economizar R$ 140 milhões no terceiro ano após a aquisição. De acordo com os números do trimestre, os ganhos estimados de sinergia foram de R$ 40 milhões.
"Por causa das sinergias, em valores absolutos, o custo administrativo está igual ao ano anterior, mesmo com dissídio e aumento de outras despesas", diz José Antônio Fay, presidente da Perdigão.
Empresas que passaram por processos de fusão semelhantes, como a AmBev, dizem que os ganhos obtidos foram repassados, e o consumidor, beneficiado. As entidades de defesa do consumidor, no entanto, afirmam ter levantamentos de que a melhora na rentabilidade beneficia apenas os acionistas.


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