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Fabricantes esperam alta na margem de lucro
DA REPORTAGEM LOCAL
Boa parte do prejuízo registrado tanto pela Sadia como pela Perdigão, no primeiro trimestre do ano, disse
respeito aos chamados ajustes de estoques.
Na Perdigão, os custos
com paradas, férias coletivas,
quebra de ovos e matança de
pintos foram de R$ 80 milhões no primeiro trimestre.
Na Sadia, foram mais R$ 50
milhões, de acordo com dados divulgados nas teleconferências ontem.
O motivo é um só: com a
retração do mercado internacional, houve aumento na
oferta de carnes em geral, o
que derrubou o preço. A Abef
(Associação Brasileira dos
Produtores e Exportadores
de Frangos) orientou que
fosse feito um corte de 20%
na produção das empresas.
Os ovos, que fertilizados
não podem ser vendidos por
determinação da Vigilância
Sanitária, começaram a ser
destruídos aos milhares.
Agora, a expectativa das
empresas é que os preços
continuem em alta e que haja
recuperação de margem. A
busca pela rentabilidade cada vez maior, item obrigatório no planejamento das
companhias, é um dos principais temores dos órgãos de
defesa do consumidor com a
concentração de mercado.
Quando comprou a Eleva,
por exemplo, a Perdigão tinha a expectativa de economizar R$ 140 milhões no terceiro ano após a aquisição.
De acordo com os números
do trimestre, os ganhos estimados de sinergia foram de
R$ 40 milhões.
"Por causa das sinergias,
em valores absolutos, o custo
administrativo está igual ao
ano anterior, mesmo com
dissídio e aumento de outras
despesas", diz José Antônio
Fay, presidente da Perdigão.
Empresas que passaram
por processos de fusão semelhantes, como a AmBev, dizem que os ganhos obtidos
foram repassados, e o consumidor, beneficiado. As entidades de defesa do consumidor, no entanto, afirmam ter
levantamentos de que a melhora na rentabilidade beneficia apenas os acionistas.
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