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GM fechará 40% de suas revendas
Medida é vista como prenúncio de um possível pedido de concordata em junho
Chrysler anunciou fim de 789 revendedores um dia antes; somados, cortes devem extinguir 190 mil empregos até o fim de 2010
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Um dia depois de a Chrysler
anunciar o fechamento de 789
revendedoras de seus veículos
nos EUA, a General Motors disse que eliminará outras 2.300
unidades até o final de 2010.
No total, cerca de 190 mil empregos serão perdidos com as
decisões. É bem mais do que o
dobro em relação ao total de
pessoas que trabalham diretamente nas fábricas das duas
montadoras no país.
Esses empregos não serão
perdidos imediatamente, já
que as revendedoras têm estoques elevados de veículos que
devem ser vendidos ao longo do
tempo. Mas, com a atual crise,
dificilmente seus proprietários
recuperarão os valores pagos
pelos automóveis à venda.
A decisão de ontem da GM
foi considerada a antessala do
provável pedido de concordata
da empresa no início de junho.
A GM deve seguir o mesmo rumo tomado pela Chrysler para
tentar uma reestruturação. No
caso da Chrysler, haverá uma
parceria com a Fiat que poderá
resultar na transferência de
controle para a italiana.
As ações da GM caíram 6% na
Bolsa de Nova York, e o atual
valor de mercado da empresa é
de cerca de US$ 700 milhões.
As decisões dos dois últimos
dias atingiram quase a totalidade dos Estados norte-americanos. O impacto dos cortes será
maior principalmente nas pequenas cidades e subúrbios do
país, onde as revendedoras
muitas vezes são as maiores
empregadoras e financiadoras
de eventos esportivos e de instituições de caridade.
Até 2007, as revendedoras de
veículos nos EUA vendiam cerca de 16 milhões de unidades ao
ano. Em 2009, o mercado não
deve chegar a 10 milhões de automóveis vendidos.
Em última instância, os cortes visam eliminar parte da
competição entre as revendedoras. O objetivo é manter
margens de lucro elevadas.
Como comparação, mesmo
após a reestruturação, a
Chrysler continuará tendo cerca de 2.800 revendedoras nos
EUA, o dobro da japonesa Toyota, que neste ano ultrapassou
a GM como líder de mercado.
Mesmo assim, a Toyota já vendeu, em 2009, 60% mais veículos nos EUA do que a Chrysler.
Entre 1.100 revendedores da
GM que perderão a licença para
negociar a marca, cerca de 500
venderam menos do que 35
unidades no ano passado. No final, a GM eliminará cerca de
40% de seus revendedores. A
Chrysler, 25%. A Ford, a terceira maior montadora nos EUA, é
a única que tem se saído relativamente bem nesta crise.
Novos indicadores
O Departamento do Trabalho dos EUA anunciou ontem
que a inflação no país ficou estável em abril ante março, mas
que sofreu a maior queda desde
1955 na comparação anual. Em
relação a abril de 2008, a queda
foi de 0,7%.
Já o Fed (o banco central dos
EUA) anunciou queda de 0,5%
na produção industrial no mês
passado, a sexta consecutiva,
embora mais amena do que as
anteriores.
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