São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009

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GM fechará 40% de suas revendas

Medida é vista como prenúncio de um possível pedido de concordata em junho

Chrysler anunciou fim de 789 revendedores um dia antes; somados, cortes devem extinguir 190 mil empregos até o fim de 2010

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Um dia depois de a Chrysler anunciar o fechamento de 789 revendedoras de seus veículos nos EUA, a General Motors disse que eliminará outras 2.300 unidades até o final de 2010.
No total, cerca de 190 mil empregos serão perdidos com as decisões. É bem mais do que o dobro em relação ao total de pessoas que trabalham diretamente nas fábricas das duas montadoras no país.
Esses empregos não serão perdidos imediatamente, já que as revendedoras têm estoques elevados de veículos que devem ser vendidos ao longo do tempo. Mas, com a atual crise, dificilmente seus proprietários recuperarão os valores pagos pelos automóveis à venda.
A decisão de ontem da GM foi considerada a antessala do provável pedido de concordata da empresa no início de junho. A GM deve seguir o mesmo rumo tomado pela Chrysler para tentar uma reestruturação. No caso da Chrysler, haverá uma parceria com a Fiat que poderá resultar na transferência de controle para a italiana.
As ações da GM caíram 6% na Bolsa de Nova York, e o atual valor de mercado da empresa é de cerca de US$ 700 milhões.
As decisões dos dois últimos dias atingiram quase a totalidade dos Estados norte-americanos. O impacto dos cortes será maior principalmente nas pequenas cidades e subúrbios do país, onde as revendedoras muitas vezes são as maiores empregadoras e financiadoras de eventos esportivos e de instituições de caridade.
Até 2007, as revendedoras de veículos nos EUA vendiam cerca de 16 milhões de unidades ao ano. Em 2009, o mercado não deve chegar a 10 milhões de automóveis vendidos.
Em última instância, os cortes visam eliminar parte da competição entre as revendedoras. O objetivo é manter margens de lucro elevadas.
Como comparação, mesmo após a reestruturação, a Chrysler continuará tendo cerca de 2.800 revendedoras nos EUA, o dobro da japonesa Toyota, que neste ano ultrapassou a GM como líder de mercado. Mesmo assim, a Toyota já vendeu, em 2009, 60% mais veículos nos EUA do que a Chrysler.
Entre 1.100 revendedores da GM que perderão a licença para negociar a marca, cerca de 500 venderam menos do que 35 unidades no ano passado. No final, a GM eliminará cerca de 40% de seus revendedores. A Chrysler, 25%. A Ford, a terceira maior montadora nos EUA, é a única que tem se saído relativamente bem nesta crise.

Novos indicadores
O Departamento do Trabalho dos EUA anunciou ontem que a inflação no país ficou estável em abril ante março, mas que sofreu a maior queda desde 1955 na comparação anual. Em relação a abril de 2008, a queda foi de 0,7%.
Já o Fed (o banco central dos EUA) anunciou queda de 0,5% na produção industrial no mês passado, a sexta consecutiva, embora mais amena do que as anteriores.


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