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DRAMA URBANO
Para Silvio santos
"Esta carta não é para o apresentador Silvio Santos, mas para o empresário. Neste momento, me vejo
-ou a sociedade brasileira me tacha- como ser desprezível, pelo
fato de ser oriundo da raça negra,
morar na periferia e estar com uma
idade onde toda a sociedade ou vocês, empresários, acham que todas
as pessoas de nível deviam estar
ocupando um alto cargo de chefia
ou de gerência.
Mas, na realidade pobre (...), nós
temos outra realidade de vida, onde temos que começar logo cedo
quando garoto, por volta dos sete
anos, a ter que conciliar trabalho
ou subempregos, para ajudar nossas famílias, que normalmente
vêm do interior para tentar a vida
na grande cidade e que normalmente nossos pais não têm muita
instrução e precisam da ajuda dos
filhos.
(...) Por ter de correr logo cedo
atrás do prejuízo, fui deixando de
lado um pouco meus estudos, onde agora estou quase concluindo
meus estudos o mercado não me
oferece oportunidade para que eu
me desenvolva, e com isso cria
uma série de problemas, tanto familiares como sociais.
No familiar, se você não tem uma
estrutura sólida no casamento, ele
pode acabar em questão de dias,
porque é como dizem: quando
acaba o dinheiro, acaba o amor.
Não sou machista, mas a sociedade
brasileira está direcionada para
que o homem conduza a família. É
o padrão. É o costume.
No social, dizem que um homem
sem trabalho é um homem sem
moral.
Espero que esta carta chegue às
mãos de todo o empresariado nacional."
João Luiz de Oliveira, 35 Está desempregado há seis anos. É filho de um pedreiro e de uma faxineira. Paulistano, casado, não tem filhos e cursa o quarto semestre da faculdade de processamento de dados. Sua mulher trabalha como analista de departamento pessoal e ganha R$ 1.500 por mês
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