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Para Dilma, reajuste ainda não
compensa perdas da Petrobras
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, disse ontem que
o reajuste dos combustíveis ainda
não foi suficiente para compensar
as perdas da Petrobras com a elevação dos preços dos derivados
de petróleo no mercado internacional. A ministra, no entanto,
descartou novos reajustes.
Segundo Dilma, a Petrobras será cautelosa em fazer novos aumentos, mesmo que os preços subam ainda mais no mercado internacional. "Não está previsto
outro reajuste, em hipótese alguma", disse. "Se fosse ver a defasagem toda, o reajuste teria sido
maior", disse a ministra.
O mercado estima em 15% a defasagem dos preços acumulada
pela Petrobras. O especialista em
petróleo do CBIE (Centro Brasileira de Infra-Estrutura), Adriano
Pires, disse à Folha, anteontem,
que a escolha de um aumento dos
combustíveis da ordem de 10%
(na refinaria) "foi política" e que
um aumento maior foi barrado
por ser este um ano eleitoral.
Anteontem, a Petrobras anunciou o aumento de 10,8% no preços da gasolina e de 10,6% para o
diesel nas refinarias. A ministra
disse que futuras oscilações no
preço do petróleo no mercado internacional serão analisadas pela
Petrobras nas próximas decisões
sobre reajuste de preços.
Dilma afirmou que a Petrobras
só reajustou o preço dos combustíveis após apurar uma acomodação nos preços negociados. Isso
porque, de acordo com a ministra, houve "especulação" dos
mercados internacionais com os
preços do petróleo. Nos últimos
meses, o preço do barril de petróleo negociado em Nova York chegou a ficar acima de US$ 40.
"Ficou visível que havia grande
instabilidade na Arábia Saudita,
derivada da situação dos movimentos islâmicos. Foi na esteira
dos dois atentados na Arábia Saudita que houve aumento no preço
do petróleo", disse a ministra.
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, disse que o reajuste não deve influenciar os índices de inflação nem a decisão do
Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros, hoje.
Segundo Mantega, a Petrobras
poderá inclusive recuar em sua
decisão, caso o preço do barril de
petróleo no mercado internacional volte a cair.
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