São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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Para Dilma, reajuste ainda não compensa perdas da Petrobras

ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse ontem que o reajuste dos combustíveis ainda não foi suficiente para compensar as perdas da Petrobras com a elevação dos preços dos derivados de petróleo no mercado internacional. A ministra, no entanto, descartou novos reajustes.
Segundo Dilma, a Petrobras será cautelosa em fazer novos aumentos, mesmo que os preços subam ainda mais no mercado internacional. "Não está previsto outro reajuste, em hipótese alguma", disse. "Se fosse ver a defasagem toda, o reajuste teria sido maior", disse a ministra.
O mercado estima em 15% a defasagem dos preços acumulada pela Petrobras. O especialista em petróleo do CBIE (Centro Brasileira de Infra-Estrutura), Adriano Pires, disse à Folha, anteontem, que a escolha de um aumento dos combustíveis da ordem de 10% (na refinaria) "foi política" e que um aumento maior foi barrado por ser este um ano eleitoral.
Anteontem, a Petrobras anunciou o aumento de 10,8% no preços da gasolina e de 10,6% para o diesel nas refinarias. A ministra disse que futuras oscilações no preço do petróleo no mercado internacional serão analisadas pela Petrobras nas próximas decisões sobre reajuste de preços.
Dilma afirmou que a Petrobras só reajustou o preço dos combustíveis após apurar uma acomodação nos preços negociados. Isso porque, de acordo com a ministra, houve "especulação" dos mercados internacionais com os preços do petróleo. Nos últimos meses, o preço do barril de petróleo negociado em Nova York chegou a ficar acima de US$ 40.
"Ficou visível que havia grande instabilidade na Arábia Saudita, derivada da situação dos movimentos islâmicos. Foi na esteira dos dois atentados na Arábia Saudita que houve aumento no preço do petróleo", disse a ministra.
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse que o reajuste não deve influenciar os índices de inflação nem a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros, hoje.
Segundo Mantega, a Petrobras poderá inclusive recuar em sua decisão, caso o preço do barril de petróleo no mercado internacional volte a cair.


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