São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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ESTATAL

"É um direito, e não privilégio", afirma Darc Costa

Vice-presidente do BNDES pede aposentadoria, mas fica no cargo

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Darc Costa, 56, está se aposentando, mas permanecerá no cargo que ocupa na direção do banco estatal, recebendo, mensalmente, o salário mais a aposentadoria. A homologação da aposentadoria de Costa deve ocorrer hoje.
O BNDES não informou o valor do salário de Costa. Segundo a Folha apurou, um diretor do BNDES ganha cerca de R$ 30 mil por mês. Somada a uma aposentadoria pelo limite máximo pago pela Fapes (Fundação de Assistência e Previdência do BNDES), mais o valor máximo de R$ 2.400 pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o total de vencimentos poderia chegar perto de R$ 50 mil por mês.
O presidente da Abrat (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas), Nilton Correia, disse que, de acordo com a emenda constitucional nš 19, os empregados das empresas estatais só estão submetidos ao teto salarial de R$ 19.115,19, equivalente ao salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), se a empresa "receber verba pública para pagamento de salário e custeio".
Como os custos administrativos do BNDES são autofinanciados, o banco está fora do teto constitucional, segundo o especialista.
Costa ocupa a vice-presidência do BNDES desde janeiro de 2003, quando foi convidado a integrar a diretoria comandada por Carlos Lessa. Ele é funcionário de carreira do BNDES desde 1975, quando ingressou, por meio de concurso, como engenheiro sênior. Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, Costa tem 38 anos de trabalho registrado e 25 anos de contribuição para a Fapes.
Por intermédio da assessoria, Costa disse que a requisição da aposentadoria "é um direito que não pode ser confundido com privilégio". Ele afirmou, ainda, que a aposentadoria não representa a duplicação do seu salário pelo BNDES, uma vez que a complementação da aposentadoria oficial será paga pela Fapes, uma entidade de direito privado para a qual contribuiu e da qual faz jus agora a um pecúlio. A assessoria informou também que é comum no BNDES a permanência de funcionários após se aposentarem, desde que os seus serviços sejam considerados necessários.
Na atual diretoria há dois diretores, além de Costa, já aposentados: Roberto Timótheo da Costa, da área financeira, e Fabio Erber, da Industrial. Ambos já eram aposentados quando foram convidados a integrar a diretoria.


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