São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros

Ciesp propõe medidas para crescimento

Não são só as reformas estruturais, como a tributária e previdenciária, que impedem os empresários de aumentar seus investimentos. Há medidas mais simples, que não dependem do Congresso nem de esperar o próximo governo, que podem ser adotadas no curto prazo e permitiriam o crescimento da indústria e a geração de emprego e renda.
Uma sondagem realizada pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no mês passado, com 5.059 empresas, mapeou as principais preocupações do empresário paulista no ano eleitoral. A pesquisa teve o cuidado de levantar apenas as questões microeconômicas, aquelas que poderiam ser resolvidas de maneira relativamente rápida, pelos próprios governos.
Entre as propostas apresentadas na sondagem, a que apareceu com maior número de indicações foi a simplificação tributária e a adequação dos prazos de pagamentos de impostos, que foi sugerida por 31% dos entrevistados.
Em segundo lugar, com 26% de indicações, os empresários sugeriram uma série de medidas com o objetivo de facilitar o investimento, como a desoneração dos investimentos, juros diferenciados para o investimento, menor burocracia para a concessão dos empréstimos para investimento e maior agilidade na deliberação sobre licenciamento ambiental.
Os empresários também consideram importantes propostas como a de atualização da legislação trabalhista para a ampliação do emprego formal, a desburocratização dos procedimentos aduaneiros e a facilitação e o estímulo ao acesso das pequenas e médias empresas à exportação.
Segundo Claudio Vaz, presidente do Ciesp, o que chama a atenção na pesquisa é que o país tem condições de aumentar o nível de investimento com medidas microeconômicas e em um curto prazo de tempo.
"Os ajustes fiscal e das contas externas são necessários, mas não é só isso que vai aumentar o investimento e o crescimento da economia", diz Vaz. "Há meios de facilitar o crescimento sem a necessidade de reformas institucionais."
De acordo com Vaz, não é preciso esperar o próximo governo para a adoção dessas medidas. Há propostas apresentadas na sondagem com os empresários que poderiam ser adotadas imediatamente.
O presidente do Ciesp afirma que o governo já faz algumas desonerações de investimentos para o IPI, mas falta ainda fazer o mesmo para outros impostos como o ICMS e o PIS/Cofins.

ELETRICIDADE PURA
A Fiat apresentará hoje dois modelos novos que usam energia elétrica como combustível. O primeiro é o protótipo do Palio Elétrico, fruto da parceria da montadora com a Itaipu Binacional e com a suíça KWO. Movido exclusivamente por eletricidade, o carro tem potência máxima de 15 kW (20 cv) e motor alimentado por uma bateria de níquel, que garante uma autonomia de até 120 km. O segundo é o Siena Tetrafuel, que, além da gasolina brasileira e do álcool, também pode utilizar gasolina pura (disponível no mercado externo) e gás natural. O combustível é escolhido automaticamente pela central do motor. Os investimentos nas duas versões fazem parte do total de R$ 3 bilhões previstos entre 2006 e 2008, no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. O lançamento será comandado pelo presidente da empresa no país, Cledorvino Belini, em Araxá, no Estado de Minas Gerais.

TORPEDO
O grupo Telemar vai apresentar no Ciab Febraban 2006 (Congresso Internacional de Automação Bancária), a partir de quarta-feira, o Oi Paggo, uma tecnologia para pagar contas pelo celular, com troca de SMS. O produto foi lançado como piloto comercial em Natal.

CHOCOLATE
O Suflair Alpino, lançado em 2005, teve desempenho de vendas três vezes acima do estimado pela Nestlé e contribuiu para o crescimento de 20% da linha no ano passado. Por isso a empresa vai incorporar mais duas versões à linha: Super Suflair e Suflair Moça. O objetivo é aumentar o volume de vendas da linha em 50% até o fim do ano.

BOLÃO
O Grupo Climatempo lançou em seu site (www. climatempo.com.br) serviço de previsão do tempo para as cidades que receberão os jogos da Copa. O site também oferece um bolão aos seus visitantes.

PPP
Os investidores privados terão até 7 de agosto para entregar os envelopes com propostas comerciais para a construção da rodovia MG-050. Já na Bahia, os interessados terão até segunda para fazer as propostas para construir o emissário submarino de Jaguaribe. As novas datas das PPPs foram enviadas para investidores alemães pela Abdib. O grupo estuda investimentos bilaterais desde fevereiro.

NOVO PORTIFÓLIO
A Monalisa Brasil, importadora de perfumes e cosméticos, deixa de distribuir Dolce & Gabbana, antes representada com exclusividade. O presidente, Faiçal Hammoud, diz que a nova estratégia é concentrar esforços nas marcas Hermès, Cartier, Lalique e Moschino.

BOLSA DE ESTUDO
Em 2006, a Fundação Estudar escolheu 22 candidatos para as bolsas de graduação e pós-graduação. Neste ano, o número de bolsas foi 58% maior que em 2005.

GENÉRICO
A participação do genérico no mercado farmacêutico brasileiro subiu de 3% para 11,62% entre 2001 e 2005. Isso torna o Brasil um dos mercados de maior expansão na AL. Em abril, a participação foi de 13%. Neste ano, a indústria de genéricos espera crescer 25%. Os dados serão apresentados por Vera Valente, diretora da Pró Genéricos, na segunda-feira, para a International Generics Pharmaceutical Alliance, em Mônaco.

TALENTO
O Wal-Mart tem novo vice-presidente. O cargo será ocupado pelo executivo Hector Nuñez, ex-CEO da Coca-Cola do Caribe e América, em julho. Trazido pela Ray & Berndtson, Nuñez ficará responsável pela operação nacional de hipermercados, supermercados e atacado e vai integrar as redes BomPreço e Sonae, adquiridas nos dois últimos anos.

SUSTENTÁVEL
A sustentabilidade está na pauta desta terça, quando o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) realiza encontro para discutir a crise de confiança no setor empresarial. Entre os participantes, está o superintendente de riscos sócio-ambientais do ABN Amro Real, Christopher Wells.

RESPONSABILIDADE
Cinco empresas brasileiras aderiram ao programa Rever, de responsabilidade corporativa com impacto sócio-ambiental, criado por 15 grandes empresas dos EUA como a IBM e a General Eletric. São elas a Philips, a Basf, a Alcoa, a Vivo e o Santander Banespa. O grupo se reúne na próxima semana para debater a aplicação da metodologia. A partir de um investimento inicial de R$ 100 mil por ano, é possível começar a participar do programa.


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