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Brasil sofre mais que a média dos emergentes
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro conseguiu respirar e ter um dia positivo ontem. Mas, até quarta-feira, as turbulências que têm sacudido o mercado global há
mais de um mês haviam punido
consideravelmente os emergentes. E com o Brasil não tem
sido diferente.
A dúvida é se o mercado vai
entrar em um momento de melhora ou se a recuperação de
ontem foi apenas um soluço. Os
ativos (como ações e títulos da
dívida) de Turquia e Colômbia
são os que mais têm perdido valor nessas últimas semanas de
volatilidade.
Considerando os dados do fechamento do mercado no dia 9
de maio e os de anteontem, o
risco-país brasileiro registrou
elevação de 21%. O Embi+
-média da oscilação do indicador de 18 países- subiu 25,67%
no período.
Já o risco-país turco saltou
45,45%, e o colombiano,
41,67%, no período analisado.
O mercado entrou na atual
má fase no dia 10 de maio, após
a reunião periódica do Fed (o
banco central dos EUA). Naquele dia, o Fed elevou os juros
norte-americanos de 4,75% para 5% anuais e divulgou nota
em que deu sinais de que o processo de alta das taxas no país
ainda não havia chegado a seu
fim.
Um indicador calculado pelo
banco Morgan Stanley Capital,
a partir da oscilação de ativos
dos mercado de capitais de diferentes países, mostra um resultado parecido com o registrado pelo risco-país.
Esse índice, levando em consideração o mesmo período,
mostrou queda de 29,10% para
o Brasil -acima da média dos
emergentes, que marcou queda
de 23,2%.
Mais uma vez, quem mais sofreu foram os mercados da Turquia e da Colômbia, com baixas
de 40,18% e 38,46%, respectivamente. A Índia também aparece pior que o Brasil, com perda de 32,80% no período.
Entre os latino-americanos,
o Chile é o que tem caído menos, com perdas acumuladas de
16,42%.
Ontem, a Bolsa da Colômbia
disparou 15,82% e recuperou
uma parcela das acentuadas
quedas recentes.
Apesar dos bons fundamentos econômicos do Brasil, analistas afirmam que, como os ativos do país são facilmente negociados no mercado internacional, acabam sendo vendidos
rapidamente em momentos
mais turbulentos.
Os investidores temem que o
Fed tenha errado a mão até o
momento na condução da política monetária americana. Isso
significa que teme-se que a escalada dos juros nos EUA, para
controlar a possibilidade de a
inflação americana subir além
do desejado, prossiga por algum tempo.
E, se os juros continuarem a
ser elevados, há o temor de que
a economia americana acabe se
desaquecendo acima do considerado ideal.
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