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Falta de garantias emperra venda da Varig
TGV e empresa de ex-presidente da Varig Log discutem proposta única, mas forma de pagamento não é definida
Aérea precisa de US$ 75 mi
para honrar dívidas com
empresas de leasing até o
dia 21, quando
há audiência com
a Justiça dos EUA
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A contagem regressiva para o
fechamento de uma proposta
única entre a NV Participações,
empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), e o ex-presidente da Varig Log, José Carlos Rocha Lima, sócio da Syn
Logística, esbarrou na falta de
garantias financeiras.
Ao longo do dia, ocorreram
diversas reuniões entre investidores e trabalhadores. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, esperava que o acordo fosse
concluído ainda ontem, mas
até a conclusão desta edição
não havia consenso sobre a forma de pagamento. O edital prevê o depósito em juízo de US$
75 milhões até 72 horas após a
homologação em definitivo da
proposta vencedora.
Marcelo Gomes, diretor da
consultoria Alvarez & Marsal e
reestruturador da Varig, chegou a afirmar que esperava o fechamento do acordo em "algumas horas". Ele disse que a empresa precisa desse desembolso
para continuar honrando suas
dívidas correntes e para pagar
empresas de leasing.
Mas a assessoria do TGV informou que nada foi concluído.
Os funcionários representados
pelo TGV já discutiram a participação que poderão ter no capital da empresa e até o número de tripulantes para cada aeronave, mas ainda não conseguiram as garantias necessárias
para honrar a proposta.
Os trabalhadores venceram o
leilão de venda da Varig Operações, que reúne linhas domésticas e internacionais, com uma
oferta de R$ 1,010 bilhão (US$
449 milhões), mas só terão a
proposta homologada em definitivo se cumprirem os requisitos solicitados pela Justiça.
A fórmula de pagamento oferecida pelo TGV incluía créditos trabalhistas, R$ 285 milhões em moeda e R$ 500 milhões em debêntures da nova
empresa. A Justiça solicitou esclarecimentos sobre a origem
dos recursos e a substituição do
pagamento em debêntures por
outra modalidade.
O TGV procurou diversos
parceiros financeiros para dividir o controle da empresa, como a LanChile e a própria TAP.
Desde segunda, discute com a
Syn Logística e com a Fontidec
Brasil Investimentos, grupo
que tem investidores portugueses, brasileiros e americanos.
Inicialmente, Lima, da Syn Logística, disse contar com recursos do fundo de investimento
Carlyle, que administra mais de
US$ 39 bilhões, mas não conseguiu provar que o grupo está
disposto a financiar o negócio.
Mesmo valor
Segundo Gomes, o valor da
proposta será mantido, mas os
interessados trabalham em
conjunto para substituir o pagamento em debêntures. Ele
destacou ainda o interesse da
TAP na compra da Varig. O presidente da companhia portuguesa, Fernando Pinto, já deixou claro que só se interessa
pela empresa se houver outro
leilão. Ele não quer se juntar ao
TGV e mantém conversas com
a AirCanada e com o fundo de
investimento Brookfield para a
formação de um consórcio.
Pelo menos até o próximo sábado, a Varig tem combustível
garantido para voar. Uma intervenção de Pinto na BR Distribuidora teria sido um dos
motivos que levaram a estatal a
dar mais prazo para a Varig.
Colaborou a Reportagem Local
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