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Região precisa de um projeto de desenvolvimento, diz economista
DA SUCURSAL DO RIO
Além de contribuir pouco para diminuir a distância do Nordeste em relação ao resto do
país, o desenvolvimento da indústria na região tem sido insuficiente para combater a própria desigualdade interna.
Sarquis mostra, ao fazer um
levantamento das cidades onde
estão concentradas as indústrias no Nordeste, que o grau de
concentração é altíssimo nas
capitais, enquanto o interior,
mais pobre, não se beneficia,
com poucas exceções, dos investimentos produtivos.
"Até houve um movimento
de desconcentração de 1994 a
2005, com algumas indústrias
se instalando em cidades como
Sobral (CE) ou Feira de Santana (BA), mas, mesmo assim,
ainda há cerca de 20 microrregiões no eixo litorâneo que concentram quase todas as indústrias, deixando um vazio enorme no interior", diz.
Ele diz que as estratégias dos
governos estaduais, via renúncia fiscal e oferta de mão-de-obra barata, e federal não contribuem para mudar o baixo desenvolvimento da região. "Essas políticas ocorrem porque o
governo não tem um projeto de
desenvolvimento para a região.
Ainda hoje se discute a criação
ou não da Sudene."
Sérgio Vale, da MB Associados, concorda: "O governo insiste numa política social baseada na distribuição de renda
via salário mínimo e Bolsa Família. Elas são importantes para combater a extrema pobreza, mas o que está se criando no
Nordeste é uma sociedade de
consumo, em vez de uma sociedade produtiva. E não serão essas empresas intensivas em
mão-de-obra e nem o turismo
que mudarão isso".
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