São Paulo, sábado, 16 de junho de 2007

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Região precisa de um projeto de desenvolvimento, diz economista

DA SUCURSAL DO RIO

Além de contribuir pouco para diminuir a distância do Nordeste em relação ao resto do país, o desenvolvimento da indústria na região tem sido insuficiente para combater a própria desigualdade interna.
Sarquis mostra, ao fazer um levantamento das cidades onde estão concentradas as indústrias no Nordeste, que o grau de concentração é altíssimo nas capitais, enquanto o interior, mais pobre, não se beneficia, com poucas exceções, dos investimentos produtivos.
"Até houve um movimento de desconcentração de 1994 a 2005, com algumas indústrias se instalando em cidades como Sobral (CE) ou Feira de Santana (BA), mas, mesmo assim, ainda há cerca de 20 microrregiões no eixo litorâneo que concentram quase todas as indústrias, deixando um vazio enorme no interior", diz.
Ele diz que as estratégias dos governos estaduais, via renúncia fiscal e oferta de mão-de-obra barata, e federal não contribuem para mudar o baixo desenvolvimento da região. "Essas políticas ocorrem porque o governo não tem um projeto de desenvolvimento para a região. Ainda hoje se discute a criação ou não da Sudene."
Sérgio Vale, da MB Associados, concorda: "O governo insiste numa política social baseada na distribuição de renda via salário mínimo e Bolsa Família. Elas são importantes para combater a extrema pobreza, mas o que está se criando no Nordeste é uma sociedade de consumo, em vez de uma sociedade produtiva. E não serão essas empresas intensivas em mão-de-obra e nem o turismo que mudarão isso".


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