São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Tarifa de aço importado divide empresários

O aumento da tarifa de importação do aço vem provocando polêmica entre produtores e consumidores. Depois da Abimaq (associação de máquinas e equipamentos), agora é a vez de o SindusCon-SP (sindicato da construção civil) se posicionar contrário à medida, que elevou o imposto de zero para até 14% neste mês.
O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, vai mostrar na reunião de hoje da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) um estudo comparativo dos preços nacionais e internacionais do aço.
Segundo a pesquisa, o preço do aço subiu mais no Brasil do que no mercado internacional no período de expansão econômica (até 2008) e caiu menos no país durante a crise. Descontadas as oscilações, o preço do aço brasileiro aumentou 46% de setembro de 2004 a abril deste ano. Nos EUA, por exemplo, a alta foi de 20%.
O vice-presidente-executivo do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Marco Polo de Mello Lopes, afirma que não se pode comparar os preços do mercado interno com os internacionais. Segundo ele, a queda da demanda mundial pelo aço fez com que a concorrência global se acirrasse e colocasse os preços em níveis "impraticáveis".
Lopes disse que o setor siderúrgico sofreu uma queda de 50% nas vendas internas entre novembro e dezembro. Segundo ele, o setor se voltou para o mercado externo e encontrou uma situação de "carnificina". O resultado foi o corte de produção: 6 dos 14 alto-fornos do país estão desligados até hoje.
Segundo ele, a decisão sobre a tarifa do aço importado é um pleito antigo do setor siderúrgico. Ele ressalta que não foi uma elevação do imposto, mas a extinção de um privilégio que 15 produtos siderúrgicos tinham desde 2005, quando foram incluídos na lista de exceção da TEC (Tarifa Externa Comum).
"Vários países protegeram seus mercados internos. O Brasil sinalizou com essa medida que não vai tolerar práticas de comércio predatórias", disse. "Não é protecionismo, é o restabelecimento de uma tarifa externa comum."
Segundo ele, as novas alíquotas de importação do aço não provocarão uma elevação dos preços. "Não há clima."

ALTA-COSTURA
As empresárias Flávia Rotondo e Adriana Coutinho trazem 14 grifes francesas e outras 50 nacionais para o Galeria Showroom, evento que começou ontem e vai até o dia 25, no Terraço Daslu, em São Paulo. Segundo Rotondo, o evento é direcionado a lojistas de multimarcas de luxo e deve superar em 20% o volume de negócios da edição anterior, que movimentou R$ 20 milhões.

Confiança do consumidor mantém alta, diz Fecomercio

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da Fecomercio SP subiu pelo terceiro mês consecutivo em junho. O índice atingiu os 134,5 pontos neste mês, uma alta de 7% em relação ao resultado de maio.
Com variação de 0 a 200 pontos, o indicador aponta para um otimismo quando supera os cem pontos.
Apesar de indicar um otimismo do consumidor, o ICC de junho ficou 5,9% abaixo do registrado no mesmo mês de 2008.
Segundo o diretor-executivo da Fecomercio SP, Antonio Carlos Borges, o ciclo de alta da confiança é resultado de um reconhecimento da população de que a crise não foi tão grave no Brasil quanto no exterior.
Ele alerta, no entanto, de que o indicador pode voltar a cair quando a população perceber que ainda há sinais de crise na economia e que a recuperação da atividade será lenta.
"O ICC pode cair nos próximos meses. Mas em outubro certamente voltará a subir. A base de comparação com o ano anterior será baixa e o melhor resultado neste ano mostrará nitidamente que o pior da crise ficou para trás", diz Borges.

DESTILADO
Steve Luttmann, presidente mundial da Cachaça Leblon, desembarca no Brasil hoje. Ele vai participar da inauguração da Maison Leblon, destilaria da marca, com capacidade de produzir até 680 litros por dia.

AQUECEDOR
Os planos da marca italiana de eletroportáteis De" Longui estão avançando no Brasil. Após abrir uma subsidiária no país em 2009, a empresa vai montar uma fábrica na região de Campinas em 2010. Segundo João Zangrandi, presidente da De" Longui, a empresa pretende investir 10 milhões na unidade, que terá capacidade para fabricar cerca de 80 mil aquecedores e ares-condicionados por ano.

EM PORTUGUÊS
Será lançada amanhã a versão em português do relatório "Estratégias para o Crescimento Sustentado e o Desenvolvimento Inclusivo", coordenado por Michael Spence (Nobel), no Instituto Fernando Henrique Cardoso.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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