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Cenário ruim no exterior faz Bovespa recuar 2,85%
Ações caem pelo mundo;
dólar sobe para R$ 1,953
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro iniciou
a semana em terreno negativo.
Em sintonia com o nervosismo
no exterior, a Bolsa de Valores
de São Paulo encerrou o pregão
com depreciação de 2,85% -na
mínima do dia, marcou queda
de 4,31%. No mês, a Bolsa passou a registrar baixa, de 2,19%.
Os pregões já abriram no vermelho nos principais centros
financeiros, influenciados por
declarações de representantes
do G8, feitas no fim de semana,
que sinalizaram que os pacotes
de estímulo econômico dos governos podem ser enxugados.
Em meio ao enfraquecimento das Bolsas de Valores, o dólar
ganhou força. No mercado de
câmbio local, o resultado foi
uma valorização de 1,51% diante do real, com a moeda americana negociada a R$ 1,953.
Aos 52.033 pontos, o índice
Ibovespa (que reúne as ações
mais negociadas da Bolsa brasileira) desceu a seu menor patamar em quase três semanas.
"Tivemos um dia de realização de lucros, com os investidores perguntando se a alta recente das Bolsas de Valores foi
exagerada", afirmou José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
"Na reunião dos ministros
das Finanças do G8, houve as
primeiras discussões sobre como os governos implementarão estratégias de diminuição
de estímulos fiscais e de ajuda
aos bancos, num contexto de
reconhecimento da melhora da
economia e início de debates
sobre inflação futura", disse o
economista.
O mercado norte-americano
foi bastante afetado também
pela divulgação do desempenho do setor manufatureiro de
Nova York, que, segundo o Fed
(banco central dos EUA), sofreu contração mais expressiva
que as previsões.
O índice Dow Jones, que
agrupa 30 das mais importantes ações americanas, fechou
com baixa de 2,13%, em seu
pior pregão em cerca de um
mês. Na Bolsa eletrônica Nasdaq, a queda ficou em 2,28%.
O dia ruim na Europa também sofreu impacto de eventos
locais. Segundo o BCE (Banco
Central Europeu), as instituições financeiras da zona do euro ainda sofrerão perdas contábeis de até US$ 283 bilhões entre 2009 e 2010, devido à exposição a créditos que ainda têm.
A Bolsa de Londres teve perdas de 2,61%. Em Frankfurt, a
queda foi de 3,54%.
Ainda na zona do euro, foi divulgada a perda de 1,22 milhão
de empregos no primeiro trimestre do ano -cifra recorde.
Declarações do diretor-gerente do FMI, Dominique
Strauss-Kahn, sobre o fato de o
pior da crise ainda não ter ficado para trás colaboraram para o
dia ruim nos mercados.
Ações para baixo
Enquanto o dólar se fortalecia pelo mundo, as commodities se depreciavam -o que
sempre é uma notícia ruim para as ações do setor de siderurgia e mineração.
O papel preferencial da Gerdau, por exemplo, esteve entre
as cinco maiores baixas do dia,
ao registrar recuo de 5,23%. No
segmento, destaque para as
quedas registradas por Usiminas ON (-4,72%) e Siderúrgica
Nacional ON (-4,45%).
As ações preferenciais "A" da
Vale, que só perdem para as da
Petrobras em volume negociado na Bolsa, não escaparam do
vermelho. No fim do dia, registravam recuo de 1,35%.
Para os papéis da Petrobras,
as quedas no pregão de ontem
ficaram em 1,91% (preferenciais) e 1,98% (ordinárias).
Das 65 ações que compõem o
Ibovespa, apenas 3 conseguiram escapar de terminar o pregão com baixa: Light ON, que
subiu 1,35%, Natura ON, com
1,15%, e Brasil Telecom Participações PN (0,09%).
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