São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Cenário ruim no exterior faz Bovespa recuar 2,85%

Ações caem pelo mundo; dólar sobe para R$ 1,953

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro iniciou a semana em terreno negativo. Em sintonia com o nervosismo no exterior, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão com depreciação de 2,85% -na mínima do dia, marcou queda de 4,31%. No mês, a Bolsa passou a registrar baixa, de 2,19%.
Os pregões já abriram no vermelho nos principais centros financeiros, influenciados por declarações de representantes do G8, feitas no fim de semana, que sinalizaram que os pacotes de estímulo econômico dos governos podem ser enxugados.
Em meio ao enfraquecimento das Bolsas de Valores, o dólar ganhou força. No mercado de câmbio local, o resultado foi uma valorização de 1,51% diante do real, com a moeda americana negociada a R$ 1,953.
Aos 52.033 pontos, o índice Ibovespa (que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira) desceu a seu menor patamar em quase três semanas.
"Tivemos um dia de realização de lucros, com os investidores perguntando se a alta recente das Bolsas de Valores foi exagerada", afirmou José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
"Na reunião dos ministros das Finanças do G8, houve as primeiras discussões sobre como os governos implementarão estratégias de diminuição de estímulos fiscais e de ajuda aos bancos, num contexto de reconhecimento da melhora da economia e início de debates sobre inflação futura", disse o economista.
O mercado norte-americano foi bastante afetado também pela divulgação do desempenho do setor manufatureiro de Nova York, que, segundo o Fed (banco central dos EUA), sofreu contração mais expressiva que as previsões.
O índice Dow Jones, que agrupa 30 das mais importantes ações americanas, fechou com baixa de 2,13%, em seu pior pregão em cerca de um mês. Na Bolsa eletrônica Nasdaq, a queda ficou em 2,28%.
O dia ruim na Europa também sofreu impacto de eventos locais. Segundo o BCE (Banco Central Europeu), as instituições financeiras da zona do euro ainda sofrerão perdas contábeis de até US$ 283 bilhões entre 2009 e 2010, devido à exposição a créditos que ainda têm.
A Bolsa de Londres teve perdas de 2,61%. Em Frankfurt, a queda foi de 3,54%.
Ainda na zona do euro, foi divulgada a perda de 1,22 milhão de empregos no primeiro trimestre do ano -cifra recorde.
Declarações do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, sobre o fato de o pior da crise ainda não ter ficado para trás colaboraram para o dia ruim nos mercados.

Ações para baixo
Enquanto o dólar se fortalecia pelo mundo, as commodities se depreciavam -o que sempre é uma notícia ruim para as ações do setor de siderurgia e mineração.
O papel preferencial da Gerdau, por exemplo, esteve entre as cinco maiores baixas do dia, ao registrar recuo de 5,23%. No segmento, destaque para as quedas registradas por Usiminas ON (-4,72%) e Siderúrgica Nacional ON (-4,45%).
As ações preferenciais "A" da Vale, que só perdem para as da Petrobras em volume negociado na Bolsa, não escaparam do vermelho. No fim do dia, registravam recuo de 1,35%.
Para os papéis da Petrobras, as quedas no pregão de ontem ficaram em 1,91% (preferenciais) e 1,98% (ordinárias).
Das 65 ações que compõem o Ibovespa, apenas 3 conseguiram escapar de terminar o pregão com baixa: Light ON, que subiu 1,35%, Natura ON, com 1,15%, e Brasil Telecom Participações PN (0,09%).


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