São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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Negociação dividiu gaúchos

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

As negociações entre o governo gaúcho e a Ford dividiram o Estado. Enquanto uns defendiam a construção da montadora mediante o desembolso de R$ 461,1 milhões, outros concordavam com o governador Olívio Dutra (PT) e apoiavam a atitude de investir o dinheiro em iniciativas sociais.
Desde a campanha eleitoral, Olívio dizia que aceitaria negócios ""juridicamente perfeitos e socialmente justos". No seu entendimento, não era justo a população gaúcha pagar ""R$ 300 mil por emprego" na Ford.
Olívio fez outra proposta e, com a negativa da empresa, houve o desentendimento. O Estado chegou a pagar R$ 42,2 milhões para a Ford.
A parte dos gaúchos que discordou do governador se manifestou, politicamente, por meio de uma CPI, responsável pela investigação das perdas ocorridas para o Estado com a desistência da empresa.
Houve protestos também da prefeitura do município de Guaíba, onde seria instalada a montadora.
O ex-governador Antônio Britto (PMDB), ao retornar da Espanha (onde permaneceu cinco meses), chegou a comparar a perda da Ford à morte do ex-presidente Tancredo Neves, de quem era porta-voz. ""Foi o segundo dia mais triste da minha vida pública."
Em março de 1998, Britto negociou a ida da Ford para o Estado.
Minas Gerais, Rio e Paraná disputavam a instalação da empresa com a Bahia. Olívio não comentou o acerto entre os baianos e a Ford.


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