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Negociação dividiu gaúchos
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
As negociações entre o governo
gaúcho e a Ford dividiram o Estado. Enquanto uns defendiam a
construção da montadora mediante o desembolso de R$ 461,1
milhões, outros concordavam com
o governador Olívio Dutra (PT) e
apoiavam a atitude de investir o dinheiro em iniciativas sociais.
Desde a campanha eleitoral, Olívio dizia que aceitaria negócios
""juridicamente perfeitos e socialmente justos". No seu entendimento, não era justo a população
gaúcha pagar ""R$ 300 mil por emprego" na Ford.
Olívio fez outra proposta e, com
a negativa da empresa, houve o desentendimento. O Estado chegou a
pagar R$ 42,2 milhões para a Ford.
A parte dos gaúchos que discordou do governador se manifestou,
politicamente, por meio de uma
CPI, responsável pela investigação
das perdas ocorridas para o Estado
com a desistência da empresa.
Houve protestos também da prefeitura do município de Guaíba,
onde seria instalada a montadora.
O ex-governador Antônio Britto
(PMDB), ao retornar da Espanha
(onde permaneceu cinco meses),
chegou a comparar a perda da
Ford à morte do ex-presidente
Tancredo Neves, de quem era porta-voz. ""Foi o segundo dia mais
triste da minha vida pública."
Em março de 1998, Britto negociou a ida da Ford para o Estado.
Minas Gerais, Rio e Paraná disputavam a instalação da empresa
com a Bahia. Olívio não comentou
o acerto entre os baianos e a Ford.
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