São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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Telefonia de SP ainda perde para Telesp

do enviado especial a Foz do Iguaçu

A qualidade da telefonia em São Paulo, especificamente na capital paulista, é hoje inferior à do serviço que era prestado pela antiga Telesp. A avaliação é de Renato Guerreiro, presidente da Anatel.
Segundo ele, a recuperação começa a aparecer agora. "Evidentemente, ainda não chegamos aos níveis que a extinta Telesp oferecia aos paulistanos até meados do ano passado, antes da privatização", afirmou, em entrevista, em Foz do Iguaçu.
"No interior, porém, os serviços têm se mantido em níveis muito próximos aos do período anterior à privatização."
Guerreiro disse que tem observado uma "crescente melhoria" no nível de qualidade dos serviços prestados pela Telefônica na cidade de São Paulo.
"A deterioração dos serviços atingiu o fundo do vale da qualidade em março deste ano", disse.
Segundo Guerreiro, a qualidade dos serviços telefônicos em São Paulo voltará aos níveis pré-privatização até dezembro deste ano, "a não ser que aconteça uma desordem absolutamente impensável hoje".
Ivan Campagnolli, vice-presidente de operações da Telefônica, concorda que os meses de março e abril marcaram o pior período em termos de qualidade de atendimento da empresa.
Segundo ele, o índice de defeitos continua elevado, mas a empresa está conseguindo repará-los em um prazo mais rápido.
"Em abril tínhamos 8,4 reclamações para cada 100 clientes. Em junho esse número já será menor", afirmou. Segundo ele, a meta é chegar com 3 reclamações por cada 100 clientes até o fim do ano. "A Telesp tinha cerca de 4,5 reclamações."
Guerreiro disse que a evolução da qualidade é muito mais lenta do que o ritmo de instalação de novas linhas telefônicas, conforme o exemplo da Telefônica.
Segundo Guerreiro, a maior preocupação da Anatel agora é com a qualidade dos serviços telefônicos, uma vez que as novas operadoras dão sinais de que vão cumprir as metas contratuais de universalização.
"As empresas reclamaram muito das ousadas metas de universalização. Mas deixamos claro que elas eram inegociáveis. Se não fosse para colocar metas ousadas, teríamos continuado com o modelo estatal nas telecomunicações."
Guerreiro disse que a Anatel vai agora cobrar das operadoras os investimentos que são necessários para a recuperação da qualidade. "O crescimento acelerado da oferta de linhas telefônicas tem de andar no mesmo ritmo da melhoria da qualidade dos serviços."
Segundo Guerreiro, a Anatel está insatisfeita com o desempenho das novas operadoras com relação a alguns indicadores de qualidade. Ele disse que o número de reclamações sobre lançamento incorretos nas contas telefônicas ainda está, na maioria das empresas, em "um nível acima do que seria desejável".


Colaborou a Reportagem Local

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