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VIDA DE DESEMPREGADO
Família deixa de ver TV para economizar
Baixa escolaridade e idade avançada pesam
DA REPORTAGEM LOCAL
João, José, Claudionor, Leandro e Luiz Carlos perderam o emprego com carteira assinada em metalúrgicas da Grande São Paulo e engrossaram, desde abril, a fila de desempregados. Eles eram funcionários das fábricas que mais cortaram vagas, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fiesp -aparelhos elétricos, esquadrias, estamparia de metais, lâmpadas e autoveículos.
Fora do mercado, os cinco chefes de família contam que enfrentam o mesmo problema: estão acima dos 35 anos de idade e têm pouca escolaridade.
"Isso pesa na hora de preencher a ficha. As empresas exigem ensino médio completo até para uma vaga de ajudante. A gente tem de se virar, por isso vou voltar para a escola", diz Luiz Carlos Nascimento, 38. Sem o salário de R$ 550, ele conta que a situação só não é pior porque está recebendo o seguro-desemprego.
Para não se endividar, o metalúrgico Claudionor da Silva, 46, mudou o dia-a-dia da família: "A ordem é assistir a menos TV para economizar energia, lavar roupa uma vez por semana e usar o telefone só para emergências".
Demitido em março, o prensista José Correia da Silva, 50, casado, pai de duas filhas, também encontra dificuldades para voltar a ter registro em carteira. "Meu pai paga aluguel e não consegue mais sair todo dia para procurar emprego, pois não tem dinheiro. Quando sai, pede carona e conta com a ajuda dos amigos e da família", diz Elaine Correia da Silva, 19, filha do metalúrgico.
(CR)
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