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RECEITA ORTODOXA
Setor financeiro eleva taxas, apesar de manutenção da Selic
Juro pago por consumidor
volta a aumentar em junho
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
Os bancos e as financeiras voltaram a elevar os juros para o consumidor em junho, apesar de a taxa básica de juros do Banco Central não mudar desde abril e dos
sinais de retomada da economia.
A taxa média de juros da pessoa
física subiu de 7,65% em maio para 7,73% ao mês em junho, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de
Finanças), que reúne dados de 30
bancos e instituições financeiras.
O motivo alegado pela Anefac
foi uma "piora momentânea nas
expectativas" em junho em relação ao custo do dinheiro. Traduzindo: os bancos passaram a temer mais o aumento da inflação e
a trajetória do câmbio, além de
manifestarem preocupação com
o impacto da elevação dos juros
nos EUA, no final de junho -fatores parcialmente equacionados
em julho, segundo a Anefac.
Para Miguel de Oliveira, diretor
da Anefac, a alta dos juros ao consumidor em junho foi maior do
que a esperada.
"A taxa de juro é composta basicamente por dois elementos: custo e expectativa. A subida de junho foi provocada por uma piora
nas expectativas, já o custo do dinheiro não foi alterado. A Selic ficou estável e houve queda na inadimplência", afirmou.
Com esse ajuste, a taxa de juros
ao consumidor de junho já é a segunda maior do ano, perdendo
apenas para a de janeiro, quando
estava em 7,92% ao mês -à época, a Selic estava em 16,5%. Hoje
está em 16% ao ano.
De acordo com a Anefac, a taxa
em junho foi pressionada pontualmente pela elevação dos juros
de três linhas diferentes de crédito: o CDC (Crédito Direto ao Consumidor), o empréstimo pessoal
bancário e o empréstimo pessoal
das financeiras.
O maior aumento foi registrado
no CDC, em que a taxa média
mensal de juros passou de 3,53%
em maio para 3,74% em junho.
Segundo Oliveira, o "spread"
(diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores) elevado impediu que a redução da Selic beneficiasse na mesma proporção
pessoas físicas e empresários.
Procon
Pesquisa também divulgada ontem pelo Procon-SP mostrou que
a taxa média de juros do empréstimo pessoal caiu para 5,23% ao
mês em julho, queda de 0,05 ponto percentual ante junho. A taxa
anualizada passou para 84,34%.
A pesquisa do Procon-SP analisa o comportamento das taxas de
juros do empréstimo pessoal e do
cheque de dez bancos. Já a Anefac
consulta as taxas de cheque especial, empréstimo pessoal e CDC
de 30 bancos, além dos juros do
crediário, do cartão de crédito e
de empréstimo de financeira.
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