São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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RETOMADA

Exportações do setor cresceram 35,8% em comparação com os primeiros seis meses de 2003, mas devem reduzir ritmo

Agronegócio alcança saldo recorde no ano

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de a balança comercial do agronegócio apresentar um saldo recorde no primeiro semestre deste ano (US$ 16,084 bilhões), as exportações do setor, em 2004, devem crescer num ritmo menor do que o das vendas totais do país, segundo estimativas da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Até o final o ano, o agronegócio deve exportar US$ 35 bilhões, 14,4% a mais do que em 2003. As exportações totais do país, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, devem chegar a US$ 88 bilhões até o final do ano, um crescimento de pouco mais de 20%.
No primeiro semestre, no entanto, as exportações do agronegócio cresceram mais rapidamente do que as demais. O setor exportou US$ 18,5 bilhões -35,8% a mais do que no primeiro semestre de 2003. As vendas totais do Brasil somaram US$ 43,3 bilhões, um crescimento de 31,2%.
Devido a problemas climáticos e à presença de ferrugem da soja nas lavouras, a confederação reduziu a estimativa de exportação de soja de US$ 12 bilhões para US$ 10 bilhões, em 2004.
A redução na produção, no entanto, não impediu a soja de ser uma das principais responsáveis pelo bom desempenho no primeiro semestre. As exportações desse complexo chegaram a US$ 5,46 bilhões nos primeiros seis meses do ano, um crescimento de 45,4% com relação ao mesmo período de 2003.
Parte desse aumento se deve à melhor cotação do produto no mercado internacional. O preço médio da tonelada no primeiro semestre de 2004 foi de US$ 287,86 -33,2% a mais que em igual período do ano passado.
Em termos percentuais, foram as vendas de carne que mais colaboraram para o saldo recorde. De janeiro a junho, o país exportou US$ 2,77 bilhões em carne, um aumento de 57,1% em relação ao ano passado.
Os preços do produto também ajudaram nesse caso. Foram em média de US$ 1.415,08 por tonelada, 31% a mais do que o do mesmo período do ano passado. Segundo o Departamento de Comércio Exterior, os problemas com a China (soja) e com a Argentina e Rússia (carnes) já foram superados e não prejudicaram o setor. O saldo do setor em 2004 deverá ser de US$ 30 bilhões. O PIB do agronegócio, como um todo, deve chegar a R$ 522,19 bilhões, um crescimento de 2,7% em relação a 2003. Ou seja, o crescimento do setor, ao contrário do que aconteceu no ano passado, deve ser menor do que o da economia. Em 2003, o PIB do agronegócio cresceu 6,5%.


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