São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Reunião do Copom é o destaque da semana

Inflação nos EUA e ata do Fed também chamam a atenção

DA REPORTAGEM LOCAL

Diferentes eventos e dados econômicos devem fazer desta uma semana agitada no mercado financeiro.
A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) é o evento mais relevante da agenda doméstica.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo, quanto mais caírem as taxas de juros, melhor, pois isso acaba por estimular investidores a correr mais riscos -comprando ações- como forma de tentar conquistar retornos maiores.
Entre amanhã e quarta-feira, os diretores e o presidente do BC vão discutir para definir em quanto a taxa básica da economia, a Selic, será reduzida. O juro está hoje em 12% anuais.
A maioria dos analistas de mercado acredita em uma queda de 0,50 ponto percentual na taxa básica. Há quem aposte também numa decisão mais conservadora -um corte de 0,25 ponto percentual.
No final deste ano, segundo a última pesquisa feita pela autoridade monetária com cem instituições financeiras, a Selic deve estar em 10,75% anuais. Ou seja, o processo de queda da taxa básica brasileira ainda deve continuar.
Mas a atenção de investidores e analistas não se restringirá ao cenário doméstico.
Nos Estados Unidos, a agenda dos próximos dias traz a divulgação de importantes dados de inflação.
Amanhã vai ser apresentado o resultado do PPI (índice de inflação ao produtor norte-americano, na sigla em inglês). A expectativa é que o indicador de preços aponte uma elevação de 0,1% em junho, após o aumento de 0,9% registrado no mês anterior.
Para o núcleo do PPI, que exclui a variação dos preços de energia e alimentação, espera-se que a alta tenha ficado em 0,2% no mês passado.
Na quarta-feira, é a vez de ser conhecido o CPI (o índice de inflação ao consumidor dos EUA). O mercado espera que a taxa recue de 0,7% em maio para 0,2% em junho.
"A agenda econômica desta semana está carregada de indicadores, e as atenções deverão ficar divididas entre os diversos números da economia norte-americana, mais o depoimento de Ben Bernanke [presidente do Federal Reserve, o BC norte-americano], e os dados internos, com a decisão da taxa Selic", segundo avaliação da corretora Coinvalores.

Risco
Se os dados de inflação nos Estados Unidos decepcionarem, as Bolsas de Valores mundiais podem responder com quedas das ações.
Pressões inflacionárias acima do projetado acabam por elevar a possibilidade de o Federal Reserve decidir subir a taxa básica de juros do país, movimento que levaria os grandes investidores a vender ações para comprar títulos do Tesouro norte-americano.
Ainda nos Estados Unidos, será conhecida, nesta quinta-feira, a ata da última reunião do Fed. Se o documento mostrar que a autoridade monetária americana anda muito preocupada com a evolução dos preços no país, o mercado pode ter uma reação negativa.
Hoje, o IBGE divulga o resultado das vendas do comércio varejista brasileiro relativo ao mês de maio.
Para a consultoria LCA, "o volume de vendas no varejo deve ter ficado 8,8% acima do observado em maio de 2006. Descontados os efeitos sazonais, isso representaria uma queda de 0,4% em relação a abril".
"Caso essa expectativa se confirme, seria a primeira variação negativa do volume de vendas no varejo neste ano, na comparação com o mês precedente", diz a LCA.


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