São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

MUITO CARO
Nunca esteve tão caro produzir boi no Brasil como atualmente. As conclusões são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Ou seja, mesmo com a valorização da arroba, não houve melhora na rentabilidade do setor.

AS CAUSAS
A forte elevação dos custos se deve à composição de um conjunto de fatores, que passam pela acentuada valorização dos sais minerais, do salário mínimo, dos fertilizantes e pela baixa oferta de bezerros -que pressiona fortemente os preços dos animais de reposição.

OS NÚMEROS
O acompanhamento de preços do Cepea indica que os custos operacionais totais de produção subiram 63% de março de 2003 ao mesmo mês deste ano. Já a valorização da arroba foi de apenas 27%. Após março, a arroba teve valorização mais forte, mas os custos também mantiveram alta no período.

RECUO
A arroba de boi gordo voltou a recuar ontem no mercado paulista. Segundo dado do Instituto FNP, os melhores negócios no setor ocorreram na faixa de R$ 92 por arroba, dependendo da qualidade e da localização dos animais. Já pesquisa da Folha mostrou que alguns frigoríficos chegaram a oferecer R$ 86 por arroba.


ESTOQUE DE TERRAS
Assim como ocorre no mercado imobiliário urbano, algumas empresas aumentam os estoques de terras rurais à espera de valorização. Essas compras ocorrem principalmente em áreas já abertas para a produção, mas que só agora começam a ter maior importância para a agropecuária.

PREOCUPA
As transações mais aquecidas com terra começam a preocupar os produtores tradicionais. Formação de estoques e presença ativa de estrangeiros no setor estão colocando o valor da terra em patamares de difícil acesso para os que apenas vivem da agropecuária, segundo um produtor.

PRESSÃO MENOR
As commodities recuaram de preço ontem em Chicago. As causas foram as condições de lavouras mais favoráveis no Meio-Oeste dos EUA, piora nos indicadores econômicos norte-americanos e forte recuo nos preços do petróleo.


AVANÇO NO FRANGO
Maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil deve assumir o segundo lugar em produção neste ano. Passa a China e fica atrás dos EUA. A informação é de Francisco Turra, presidente da Abef (associação dos exportadores), e foi dada à Reuters ontem. Enquanto o setor cresce no Brasil, está estagnado na China e sofre efeitos da alta do milho nos EUA.


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