São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Vendas do comércio têm alta de 10,5% em maio

Inflação impulsiona receita de supermercados

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

As vendas do comércio varejista tiveram leve recuperação em maio, com expansão de 0,6% na comparação com o mês anterior, segundo o IBGE.
Em relação a igual período em 2007, houve alta de 10,5% -em abril, as vendas haviam crescido 8,4% nesse confronto.
Embora não tenha tido participação decisiva sobre o volume de vendas em maio, o efeito da inflação pôde ser notado com mais intensidade sobre a receita nominal de vendas de supermercados e revendedores de alimentos, que subiu 22,3% na comparação com maio de 2007. Foi o segundo maior crescimento da receita do setor na comparação com igual período do ano anterior desde o início da série - a maior alta foi de 24,75%, em abril de 2003.
"Há influência da inflação sobre esse resultado, mas se deve atentar que a receita tem, além desse fator, o volume como componente decisivo", afirmou Reinaldo Silva Pereira, responsável pela pesquisa do IBGE.
Ao mesmo tempo, o volume de vendas do setor cresceu em ritmo menor, com 8,4% de expansão em relação a maio de 2007, recuperando o fraco desempenho de abril (0,5% a mais do que em abril de 2007). Em relação a abril, a alta foi de 1,1%. No acumulado do ano, o setor ainda tem elevação de 3,8% nas vendas, e, nos últimos 12 meses, o crescimento é de 6,5%.
O resultado do comércio nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2007, revela alta de 10,9%. Nos últimos 12 meses terminados em maio, a expansão das vendas é de 10,3%. A receita nominal das vendas do comércio em maio, na comparação com abril, teve crescimento de 1,3%; na comparação com maio de 2007, a alta foi de 16,6%.
"A inflação também influenciou o resultado de abril, mas em menor escala. Ainda não é possível determinar o peso da alta dos preços em maio, já que o Dia das Mães tem um efeito muito positivo", disse Pereira.
Para o economista-chefe da consultoria GS&MD, Cesar Fukushima, o consumidor vem priorizando a compra de alimentos em razão da inflação. Segundo ele, isso pode ser notado pela desaceleração das vendas de artigos de uso pessoal, que tiveram alta de 10,6% em relação a maio do ano passado, abaixo dos 27,6% verificados em abril, e pelo tímido crescimento das vendas de artigos de vestuário e calçados em pleno mês de Dia das Mães -expansão de 3,6%. "Não apenas a inflação está contribuindo para essa queda, mas principalmente os altos índices de endividamento da população", afirmou.
O consultor do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), Emerson Kapaz, considerou que a inflação e a elevação dos juros vão pressionar o resultado do comércio no resto do ano. Ele avaliou, no entanto, que não haverá reversão do quadro de crescimento, e sim uma desaceleração.


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