São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARGENTINA

Resultado da captação do trimestre é o melhor do ano, mas ainda é negativo

Fuga de dinheiro dos bancos diminui

DE BUENOS AIRES

A Argentina conseguiu reduzir, mas não conter, a fuga de capitais dos bancos nos últimos meses. Segundo estudo da Fundação Mediterrânea, as instituições financeiras devem registrar uma captação líquida negativa de US$ 1,5 bilhão neste trimestre.
O resultado pode ser considerado positivo se comparado aos dos meses anteriores. Mesmo com o "corralito" (nome dado pelos argentinos às restrições para o saque de depósitos), escaparam dos bancos US$ 3 bilhões no primeiro trimestre e US$ 4,4 bilhões entre abril e junho.
Para a Fundação Mediterrânea, as altas taxas de juros pagas pelos bancos argentinos atraíram os correntistas para as aplicações a prazo fixo. Esse investimento permanece mais rentável que o dólar desde julho, quando a cotação da moeda norte-americana se estabilizou em cerca de 3,60 pesos.
A consultoria atribuiu a calmaria à melhora da arrecadação pública, que não foi acompanhada pelo aumento do gasto público. Além disso, o superávit comercial -que tem ficado em torno de US$ 1,5 bilhão ao mês- tem sido suficiente para conter a queda das reservas internacionais.
Mas a Fundação Mediterrânea acredita que o fracasso do acordo com o FMI -que o governo espera fechar nos próximos dias- ou o agravamento da crise brasileira poderiam detonar nova corrida ao dólar.

Scotiabank
O Banco Central conseguiu ontem vender o banco canadense Scotiabank Quilmes, que estava suspenso desde abril por falta de liquidez. O banco foi dividido entre dois pequenos grupos financeiros argentinos: o Macro-Bansud e o Comafi.
Os dois bancos concordaram em dividir as 90 agências do Scotiabank, que em dezembro do ano passado era o nono maior banco argentino. Desde abril, o Scotiabank perdeu 70% dos depósitos, que foram trocados pelos correntistas por títulos públicos.
Apesar da divisão do Scotiabank já ter sido acertada pelo BC com as duas instituições, o preço do negócio só deve ser fechado no fim de semana. Os bancos já concordaram em absorver 1.200 dos 1.700 funcionários da instituição.


Texto Anterior: Contabilidade da AOL terá devassa ampliada
Próximo Texto: Argentinos querem reestatizar água e luz
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.