São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Ibovespa registra queda de 11% em cinco pregões; risco Brasil, medido pelo JP Morgan, sobe 1%

Bolsa cai mais 1,7%; bancos mantêm baixa

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda pelo quinto pregão consecutivo ontem. O Ibovespa, índice que reúne as 57 ações mais negociadas no pregão paulista, encerrou o dia em baixa de 1,71%, em 9.183 pontos. Desde sexta-feira a queda acumulada é de 11%
O volume negociado ontem foi de R$ 424,623 milhões -ficou abaixo da média diária dos últimos dias.
As ações do setor bancário continuaram em baixa. Os papéis preferenciais do Itaú se desvalorizaram em 4% e os do Bradesco caíram 5,59% -a terceira maior queda do índice ontem.
As ações do setor financeiro passaram a sofrer ainda mais nesta semana após terem seus "ratings" reduzidos pela agência de avaliação de risco Moody's.
Já os papéis do Banco do Brasil conseguiram boas valorizações. As ações ordinárias lideraram as altas do dia -subiram 8,6%; as preferenciais tiveram alta de 4,3%.
Segundo um operador, os papéis foram beneficiados pelas mudanças nas regras dos fundos de investimento anunciadas anteontem pelo governo. O BB tem forte exposição em LFTs e há a expectativa de que o desempenho desses títulos melhore.
Apesar dessa associação, o mercado se mantém cético em relação à eficácia das novas medidas.
Analistas avaliam que é preciso acompanhar o ritmo de saques dos fundos para saber se as saídas são baseadas apenas na queda dos rendimentos ou se há o temor de que o governo dê um calote em sua dívida.
"Em algumas semanas, veremos se o investidor decidiu deixar de lado os ganhos um pouco maiores e optou mesmo por preservar seu capital em aplicações conservadoras, como os CDBs e a poupança", afirma Eduardo Berger, do banco Lloyds TSB. Ele avalia que as oscilações do mercado prosseguirão por semanas.
O risco-país brasileiro, medido pelo banco JP Morgan, subiu 1% ontem e encerrou o dia em 2.177 pontos. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, tiveram queda de 1,4%.
Na BM&F, os negócios com os juros foram poucos, e as taxas subiram. Os contratos para janeiro de 2003, os mais negociados, fecharam a 22,70%, contra 22,40% na quarta-feira.
(ANA PAULA RAGAZZI)


Texto Anterior: Déficit comercial no setor cai 57% no 1º semestre
Próximo Texto: Energia: Repasse a distribuidoras depende de acordo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.