São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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MERCADO ABERTO

BC ampliou nervosismo, diz analista

A tranqüilidade do mercado financeiro ontem mostra que não foram só os fatos políticos que provocaram agitação no fim da semana passada. O Banco Central contribuiu para a inquietação do mercado ao ter anunciado, na quinta-feira passada, que iria promover um leilão de compra de dólar no mercado à vista. O BC acabou não comprando dólar.
A avaliação de que o Banco Central aguçou as expectativas negativas dos agentes financeiros é da consultoria Tendências, ao analisar o comportamento instável do mercado nesses últimos dias. "O BC foi como uma fagulha num ambiente que parecia uma câmara de gás", afirmou o economista Roberto Padovani, da Tendências. "O mercado de câmbio é muito sensível, e a iniciativa do BC acabou gerando muito ruído."
De acordo com avaliação da Tendências, o Banco Central tem bastante espaço para intervenção no mercado cambial. Segundo Padovani, com o ótimo desempenho da economia mundial, o que se reflete em fluxos de comércio e capital favoráveis para o Brasil, as expectativas para o mercado cambial melhoraram de modo significativo.
A Tendências estima hoje uma "sobra" de recursos no mercado cambial privado ao longo do segundo semestre da ordem de US$ 10 bilhões. Desse total, o Tesouro deverá absorver cerca de US$ 2,5 bilhões, o que resulta num superávit de US$ 7,5 bilhões em seis meses. Dessa forma, Padovani diz que o Banco Central pode voltar à sua estratégia de acumulação de reservas.
A crítica da Tendências em relação à atuação da semana passada refere-se especificamente ao momento em que o BC decidiu intervir no mercado cambial. "O ambiente já estava carregado em razão da proposta de reajuste do salário mínimo e dos depoimentos no Congresso", diz Padovani. "A atuação do BC só ajudou a provocar mais tensão."

SINAL VERDE
O presidente Lula promove reunião hoje para estimular os investimentos em infra-estrutura. A reunião deve contar com Dilma Rousseff, Antonio Palocci, Paulo Bernardo, Luiz Furlan e Guido Mantega, entre outros. O encontro poderá servir para o governo anunciar vários investimentos no setor, como a estrada de ferro Transnordestina.

COMEMORAÇÃO
O Guaraná Antarctica põe no mercado cinco milhões de latas especiais para festejar o lançamento de seu campeonato, um torneio de futebol escolar.

AULA PARTICULAR
Os mecanismos que levaram o Brasil a aumentar as exportações desde 2003 e histórias da relação entre governo e setor privado, com direito a bastidores, serão abordados por Juan Quirós, da Apex, em aula amanhã a cerca de 350 alunos e professores dos cursos de economia e relações internacionais da Faap, em SP.

CONTRAÇÃO
As vendas do comércio atacadista de tecidos, vestuário e armarinhos de São Paulo registraram queda de 15% na primeira quinzena de agosto em relação a igual período do mês passado.

APERFEIÇOAMENTO
José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Princeton, participou ontem de workshop com funcionários do IRB Brasil Re, iniciativa do presidente Marcos Lisboa para aprimorar a qualidade do corpo funcional. "Após implementadas reformas estruturais, o objetivo agora é investir no capital humano, realizando cursos de treinamento, especialização e estágios no exterior", disse Lisboa.

NOVELA CORPORTIVA
A Microlins Franchising, uma das maiores redes de ensino profissionalizante do país, acaba de lançar uma novela corporativa, com investimento de R$ 1,5 milhão. "A Hora é Agora" será apresentada durante curso de capacitação profissional.

SEM TETO
O novo modelo que a Fiat lançará no fim do mês, o Idea, terá versão com teto solar que ocupará 70% da área da parte superior do veículo, uma aposta da montadora, que já tem obtido resultados positivos com esse tipo de veículo. As vendas do Stilo com teto solar chegam a 20% desde que a Fiat decidiu lançar uma versão com o equipamento. No Brasil, historicamente, as vendas com teto solar não ultrapassam 5%. A Fiat espera atingir os mesmos 20% com o Idea.

RECUPERAÇÃO MENOR
Apesar do ritmo de 1,6% de criação de vagas na economia americana entre junho de 2004 e o mesmo mês neste ano, acima do registrado (0,5%) desde o fim da última recessão (novembro de 2001), esse patamar ainda é menor do que o dos cinco períodos anteriores de expansão no pós-Segunda Guerra. A análise é do Instituto de Política Econômica, que comparou iguais períodos de um ano das expansões anteriores (que duraram ao menos 43 meses, como a atual).

NOVO CONCEITO
Em um mercado cada vez mais concorrido, o "coiffeur" Mauro Freire inaugura hoje seu novo empreendimento, nos Jardins, com 1.200 m2, três vezes maior que o anterior, e uma equipe de atendimento ampliada. A intenção é tornar possível da compra de presentes (serão mais de 20 grifes de moda, decoração e design) até refeições no local -a área de serviços inclui ainda livraria, papelaria e floricultura. A Casa Mauro Freire, como será chamada, terá atendimento móvel, que permitirá realizar os tratamentos em qualquer ambiente dos três andares. "Quero que as pessoas possam fazer o que quiserem, até relaxar", afirma Freire.


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