São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BALANÇOS

Resultado é o melhor do 1º semestre no país, à frente da Vale e de bancos

Lucro da Petrobras cresce 40% e atinge R$ 9,9 bilhões

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo sem reajustar os preços dos combustíveis desde novembro do ano passado, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 9,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. O resultado, recorde para um semestre, supera em 40% o lucro do mesmo período do ano passado, que foi de R$ 7,091 bilhões.
Os resultados, principalmente no segundo trimestre, foram favorecidos pelo aumento dos volumes vendidos e pelo acréscimo nas exportações -beneficiadas pelas maiores cotações do petróleo no mercado internacional.
A receita operacional líquida de R$ 62,256 bilhões foi 22% maior que a do primeiro semestre de 2004, de R$ 51,217 bilhões.
No segundo trimestre, a receita cresceu 16% em relação a igual período de 2004, chegando a R$ 32,3 bilhões. A última vez em que a Petrobras reajustou os preços dos combustíveis, o barril do petróleo estava cotado a cerca de US$ 40 no exterior. O valor, hoje, já supera a casa dos US$ 60, mas a Petrobras continua praticando preços defasados no mercado interno.
Em nota, a empresa divulgou que seu Ebitda (lucro operacional, antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), que mede a geração de caixa, ficou em R$ 22,3 bilhões no semestre -29% acima do resultado do primeiro semestre do ano passado- , o que possibilitou investimentos de R$ 11 bilhões.
No mês de junho, a companhia bateu o terceiro recorde sucessivo de produção, alcançando no dia 23 daquele mês um total de 1,834 milhão de barris.
O volume de exportação de petróleo e derivados cresceu 15% no primeiro semestre, passando de 425 mil barris por dia registrados no primeiro semestre de 2004, para 490 mil neste ano.
Por outro lado, a importação de petróleo, derivados, gás e outros caiu 19%, reduzindo a dependência do mercado externo. O volume importado caiu de 639 mil barris por dia no primeiro semestre do ano passado para 518 mil barris no mesmo período deste ano. A importação de petróleo puxou o resultado: teve queda de 28%, de 455 mil barris por dia para 328 mil diários.
O endividamento líquido em 30 de junho ficou em R$ 33 bilhões, uma redução de 12% em relação ao endividamento ao fim do primeiro trimestre do ano. O perfil da dívida também melhorou, já que a empresa reduziu a dívida de curto prazo em 16%, para R$ 9,6 bilhões.
A maior parte do investimento de R$ 11 bilhões foi localizada no desenvolvimento da capacidade de produção de petróleo e gás natural. A meta da Petrobras é atingir uma produção média de 3,421 milhões de barris de óleo equivalente por dia, no Brasil e no exterior, em 2010.
Em 30 de junho, o valor de mercado da companhia alcançou o recorde de R$ 126,5 bilhões, um aumento de 40% em relação ao ano passado.
No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 4,93 bilhões, pouco menor do que os R$ 5 bilhões registrados nos três primeiros meses do ano, mas 49% acima do apurado no mesmo trimestre do ano passado.
No período, as vendas líquidas somaram R$ 32,4 bilhões, ou R$ 4,4 bilhões a mais que as do mesmo trimestre de 2004. Só que esse resultado foi favorecido pelos ajustes dos preços médios de realização no mercado interno no segundo semestre de 2004. As vendas ao exterior contribuíram com um superávit comercial de US$ 900 milhões, o equivalente a 148 mil barris por dia.
O lucro da Petrobras no semestre supera os maiores lucros já divulgados no país, como o da Vale do Rio Doce, que foi de R$ 5,1 bilhões no semestre, e os dos bancos Bradesco, com R$ 2,6 bilhões, e Itaú, que lucrou R$ 2,5 bilhões.


Texto Anterior: Luís Nassif: O caso Mainardi
Próximo Texto: Alta do real compensa ausência de reajustes nos preços internos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.