São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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Alta do real compensa ausência de reajustes nos preços internos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Petrobras conseguiu aumentar seu lucro semestral em um período de forte ganho das grandes petroleiras internacionais. A maior parte das companhias viu seus lucros subirem ente 27% e 64% no primeiro semestre deste ano, embalados pelos recordes na cotação internacional do petróleo. Em dólares, a alta registrada pelo lucro da Petrobras foi de 48%. O resultado atingiu os US$ 2,630 bilhões.
Contribuiu para o ganho da Petrobras o forte aumento de produção no período. Suas concorrentes se beneficiaram mais das altas do petróleo. A ausência de reajustes no preço interno não prejudicou tanto a companhia brasileira, já que a valorização do real no período compensou parte das perdas que seriam esperadas pela defasagem de preços entre o petróleo nacional e o negociado nos mercados internacionais.
Levantamento do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura) mostra que o lucro semestral da empresa brasileira foi superado apenas por três das outras sete gigantes pesquisadas.
A PhillipsConoco registrou alta dos lucros de 64%, a Statoil, de 60%, e a Total, de 58%. A ExxonMobil registrou alta de 38% nos lucros no primeiro semestre. Os ganhos da BP no mesmo período subiram 29%, e os da Royal Dutch, 27%. Apenas a Chevron registrou, no primeiro semestre deste ano, resultado pior do que o do segundo semestre do ano passado: lucro 5% menor.

Trimestre
No segundo trimestre, no entanto, a estatal brasileira foi uma das únicas a registrar ganhos maiores em relação aos primeiros três meses do ano: 7%. De sete grandes companhias estrangeiras que já divulgaram balanços do segundo trimestre, quatro registraram queda nos lucros. Apenas duas, a Chevron e a PhillipsConoco, conseguiram alta dos lucros maior do que a lograda pela empresa brasileira. No caso da Chevron, a alta foi de 38% em relação ao lucro registrado no primeiro trimestre deste ano. No da PhillipsConoco, de 8%, resultado muito próximo ao da Petrobras.
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o lucro da Petrobras subiu 59%. A variação só foi superada pela da Total (63%). No período, a única empresa a registrar redução no ganho foi a PhillipsConoco (-11%). Na seqüência ficou a Royal Dutch, com aumento de 54%.
Grandes agências de classificação de risco prevêem que, neste ano, com a tendência cada vez mais nítida de permanência da cotação do petróleo em níveis elevados, as grandes petroleiras de todo o mundo registrem o maior lucro conjunto de sua história.
(MARCELO BILLI)


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