São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ford demitirá 10 mil para economizar US$ 5 bilhões

Montadora anuncia reestruturação com corte em fábricas na América do Norte

Empresa também vai oferecer plano de demissão incentivada de até US$ 140 mil a todos os operários na região e fechar 2 fábricas


DA REDAÇÃO

A Ford anunciou ontem seu novo plano de reestruturação, que deve gerar economia de US$ 5 bilhões e prevê a demissão de mais 10 mil funcionários administrativos. A montadora também oferecerá programa de demissão incentivada a todos os seus 75 mil operários e fechará mais duas fábricas na América do Norte.
A Ford do Brasil disse que o plano de reestruturação não terá reflexos na operação da montadora no país.
O objetivo da Ford com a terceira reestruturação em cinco anos é tornar-se uma montadora menor e mais competitiva. As montadoras norte-americanas, principalmente a Ford e a GM, vêm tendo prejuízos devido a mudanças nas preferências dos consumidores.
Os clientes na América do Norte, preocupados com a alta do preço dos combustíveis, vêm comprando mais carros menores e mais econômicos das montadoras asiáticas, como Toyota e Honda.
O anúncio do fechamento de mais duas fábricas leva o total de instalações a serem fechadas a 16 na América do Norte. Até 2008, a capacidade de produção da montadora será 26% menor que os níveis de 2005.
No total, a montadora quer demitir 30 mil operários, ou 29% de sua força de trabalho das fábricas, até 2008, quatro anos antes do previsto anteriormente.
O pacote de incentivo oferecido aos operários é de até US$ 140 mil. Alguns analistas dizem, porém, que a Ford tem funcionários mais jovens e que a montadora pode ter mais problemas para convencê-los a aceitar os incentivos do que outras empresas.
A Ford disse que já demitiu 4.000 funcionários administrativos no primeiro trimestre, e sua força de trabalho dos escritórios deve ser reduzida em 30% de acordo com o plano.

Modelo da GM
A Ford está tentando reduzir sua força de trabalho de modo semelhante ao que foi feito pela General Motors. A GM ofereceu demissão incentivada a todos os seus operários, e mais de 34 mil aceitaram. Além disso, a GM demitiu 2.000 funcionários administrativos neste ano.
A Ford, a GM e a Chrysler (unidade da DaimlerChrysler) enfrentam o crescimento de seus custos relacionados à força de trabalho, devido principalmente às pensões e ao plano de saúde pago aos funcionários aposentados.
As montadoras asiáticas, que estão nos EUA há menos tempo, negociaram contratos diferentes com seus funcionários, geralmente com menos benefícios, e não têm tantos trabalhadores aposentados.

Mudança de comando
O novo presidente da Ford, Alan Mullaly, que substituiu Bill Ford, foi responsável pela recuperação da divisão de aviões comerciais da Boeing, e espera-se que ele lidere a recuperação da montadora.
"A coisa mais importante que podemos fazer é adequar nossa empresa e nossa capacidade à demanda atual e, além disso, continuar investindo em produtos e serviços -carros e picapes- que os clientes realmente querem", disse o executivo.
Bill Ford disse que sua família, que controla 40% da Ford, não tem interesse em fechar o capital da empresa. Havia rumores de que, como parte da reestruturação, a montadora deixaria de ter capital aberto.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Artigo: Brasil pode se tornar a Arábia Saudita
Próximo Texto: Oposição quer acesso a cópia de acordo aprovado na Volks
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.