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Celular está em 24% das casas; fixo, só em 13%
DA SUCURSAL DO RIO
Pela primeira vez desde
que o IBGE passou a pesquisar na Pnad a presença de celulares, o número de domicílios que utilizam apenas esses aparelhos superou aqueles onde havia somente telefone fixo.
Essa tendência já era prevista, pois o percentual de
domicílios somente com celular, hoje em 23,6%, vem
aumentando ano a ano desde
2001. Enquanto isso, a proporção de residências apenas
com telefone fixo, hoje em
12,5%, apresentava tendência inversa.
O IBGE pesquisou também pela primeira vez o
acesso dos brasileiros a celulares para uso pessoal e não
apenas a presença desse aparelho nos domicílios. Em
2005, 36,7% dos brasileiros
com mais de dez anos de idade usavam celular. Esse uso
pessoal, porém, varia muito
de acordo com a renda.
Em domicílios com renda
média mensal per capita superior a cinco salários mínimos (R$ 1.750), o acesso a celular para uso pessoal é quase universalizado, já que
82,1% dos brasileiros com
mais de dez anos de idade
nessas famílias tinham seu
próprio aparelho. No outro
extremo (domicílios com
menos de um quarto do salário mínimo per capita), esse
percentual era só de 9,2%.
Esse dado pode indicar
que, em muitas famílias mais
pobres, há um único celular
para ser dividido entre todos
os moradores. Nas famílias
mais ricas, além do telefone
fixo, há praticamente um celular para cada morador.
Segundo o presidente executivo da Acel (Associação
Nacional das Operadoras de
Celulares), Ércio Zilli, a troca
do fixo por celular é uma tendência mundial. "A comunicação de voz está migrando
para a telefonia móvel. A
aplicação fixa residencial vai
acabar evoluindo para outro
tipo de comunicação, como a
banda larga."
Segundo ele, existem hoje
no país 93 milhões de linhas
habilitadas, o equivalente a
uma linha para cada dois
brasileiros. Desse total, 80%
são telefones pré-pagos, os
mais populares entre as pessoas de renda mais baixa.
Para o executivo, o custo é
um dos fatores associados à
troca de linhas fixas por móveis. "Mesmo depois que
acaba o prazo do cartão pré-pago, a pessoa não perde a
possibilidade de ser localizada, embora não consiga mais
fazer chamadas", disse.
A esteticista Débora Canto, 39, é um exemplo dessa
tendência. Até 2004, ela tinha um telefone fixo em casa. Desistiu do aparelho
quando começou a se estressar com a empresa de telefonia fixa ao tentar negociar
uma dívida. "Eles não ofereciam facilidade nenhuma.
Também não faziam nenhuma promoção ou desconto
especial para quem, como eu,
usa muito o telefone para falar com outros Estados."
Ela diz que não se arrependeu de ter trocado o fixo da
casa por três celulares pré-pagos usados hoje por ela e
pelos dois filhos. "Aproveito
todas as promoções da operadora. Meu filho usa o celular da mesma operadora e
posso falar de graça com ele."
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