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Petrobras anuncia contratação de 10 plataformas para explorar pré-sal
Cada sistema produtivo deve custar entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, diz estatal
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou ontem
a contratação de dez plataformas flutuantes (do tipo FPSO,
que produz, estoca e escoa petróleo) para a área do pré-sal.
Elas vão operar em profundidade de até 3.000 metros.
As duas primeiras plataformas serão afretadas de terceiros e usadas nos projetos-piloto de desenvolvimento das reservas da bacia de Santos. Cada
uma terá capacidade para produzir 100 mil barris de petróleo
e 5 milhões de metros cúbicos
de gás natural por dia. Elas serão instaladas em 2013 e 2014.
As outras oito serão da Petrobras e terão capacidade de 120
mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás
natural por dia. Elas devem ser
instaladas em 2015 e 2016.
Os cascos dessas unidades
serão construídos em série no
dique seco do estaleiro Rio
Grande, no Rio Grande do Sul,
alugado pela companhia por
dez anos. "O processo de produção de casco em série é inédito no Brasil", disse o presidente
da companhia, José Sérgio Gabrielli, que participou ontem da
feira Rio Oil & Gas, no Rio.
No evento, ele afirmou que os
primeiros sistemas produtivos
-que incluem plataforma, dutos e navios- a serem implantados no pré-sal seguirão o modelo da bacia de Campos. Com
o tempo, porém, terão que ser
aprimorados e adaptados para
a realidade das novas reservas.
Segundo Gabrielli, cada um
desses sistemas terá capacidade de produzir cerca de 150 mil
barris por dia e custará entre
US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões
-e ainda não se sabe quantos
serão necessários para a produção na região. "Teremos que fazer desembolsos gigantescos
nos próximos dez anos."
Segundo ele, os principais
desafios a serem enfrentados
são tecnológicos, financeiros e
logísticos. Apesar de reconhecer as dificuldades, ele demonstrou muito otimismo com o
pré-sal e afinou seu discurso
com o do governo. "É uma
oportunidade única para o país
tentar redistribuir a riqueza."
Gabrielli classificou o resultado do plano de avaliação do
campo de Iara, que constatou
um volume recuperável de 3 bilhões a 4 bilhões de barris de
petróleo leve e gás natural, de
"surpreendente", e afirmou
que os próximos estudos a serem concluídos serão os do
campo de Júpiter e Guará. "Esses campos já estão em fase final de avaliação", disse.
Também presente na Rio Oil
& Gas, o ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão, afirmou que as alterações em estudo na legislação de petróleo não
representarão uma ruptura
com o modelo atual. Segundo
ele, o objetivo é aumentar a arrecadação do país sem colocar
em risco a atratividade para o
capital privado. "O que estamos
estudando é uma alteração na
lei, não uma ruptura", disse,
lembrando que as propostas da
comissão interministerial formada para discutir o assunto
serão apresentadas ao presidente Lula até o fim do mês.
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