São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Estudo mostra que BC tem espaço para mais corte do juro

Apesar de o mercado estar dividido em relação à decisão de amanhã do Copom, há praticamente um consenso entre a maioria dos analistas de que há espaço para mais cortes de 0,25 ponto na taxa básica de juro sem provocar pressão inflacionária.
"Não vejo nenhuma razão para o Banco Central não promover mais um corte no juro nesta semana", diz Delfim Netto. "Mas eu acho que o Banco Central não sabe o que vai fazer, e talvez a coisa mais fácil seja não mexer no juro".
Um dos indicadores apontados pelo Banco Central, tanto na última ata do Copom como no Relatório da Inflação, como fundamental para justificar uma freada no corte de juros seria a elevação do NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) da indústria.
O aumento do Nuci, na visão do Banco Central, seria um sinal de a demanda estar crescendo acima da oferta, e isso significa risco de pressão inflacionária.
Em trabalho recente, a Fiesp mostra que, ao contrário do Banco Central, o alto nível de utilização da capacidade instalada não significa que a indústria estaria trabalhando no máximo de seu limite de produção.
Isso seria válido para setores industriais de processo contínuo, como nos segmentos de metalurgia, siderurgia e papel e celulose, mas já para os demais não funciona assim.
A indústria automobilística, por exemplo, tem meios de aumentar oferta com a ampliação das horas extras, novos turnos de trabalho ou ainda investimentos pontuais.
No Brasil, inclusive, segundo a Fiesp, dado o histórico de sucessivas expansões e retrações de mercado, as empresas esperam fortes altas do NUCI para dar partida aos novos planos de investimento. E, no atual cenário de estabilidade, o investimento vem se expandindo a taxas elevadas e persistentes. O investimento cresce no país há 11 trimestres consecutivos.
Dessa forma, segundo a Fiesp, "uma elevação ou mesmo a manutenção do nível atual da taxa Selic neste momento reduziria o nível de atividade e abortaria o processo virtuoso de expansão da oferta industrial".
De acordo com a Fiesp, o NUCI não seria motivo para estancar os cortes da Selic.

PLATÉIA

A Aliante, especializada em eventos estratégicos para aprendizado de executivos, estréia hoje a peça Rei Arthur, no Hotel Renaissence, em SP. O espetáculo, escrito por Sérgio Motta, presidente da Aliante, reúne técnicas de teatro e treinamento corporativo. O trabalho é destinado a convenções empresariais, programas de relacionamento, treinamento de vendas e outros. "O executivo Rei Arthur procura dez profissionais, os cavaleiros, no mercado de trabalho, para compor uma equipe", diz Motta. O "mercado de trabalho", no caso, é a platéia, que interage com os atores. Na estréia, para funcionários da Intel, também foram convidados representantes de empresas como Pfizer, Atento e Bradesco.

GIRL POWER
Pela primeira vez, uma mulher vai dirigir um dos 132 sindicatos do sistema Fiesp. Trata-se da engenheira Vivien Mello Suruagy, que assumirá hoje a presidência do Sindinstalação (sindicato da indústria de instalação). O principal projeto de Suruagy é fortalecer o sindicato, que atua nas áreas elétrica, mecânica, hidráulica e gás.

INVESTIMENTO: ABDI LANÇARÁ PROJETO NACIONAL DE TRANSPARÊNCIA JURÍDICA
Tornar o Brasil mais atraente ao investimento, com regras mais transparentes e maior agilidade e previsibilidade no comportamento dos órgãos públicos é a meta do novo projeto da Abdi (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), a ser lançado na próxima semana. Com a participação de entidades do governo federal, de fiscalização e da iniciativa privada, o projeto não deve criar uma lei nova, mas compilar as iniciativas que já existem em órgãos para a melhoria do ambiente de investimento. O objetivo é que os investidores possam ter uma percepção sem preconceitos do ambiente jurídico brasileiro. O macroindicador usado como base é o relatório "Doing Business" do Banco Mundial.

GUERRA DAS LOIRAS
Segundo dados da Nielsen de setembro, a Skol cresceu 0,3 pontos percentuais na capital, alcançando 22,6%. A Brahma cresceu 0,1 ponto e continua líder com 32,4% do mercado. A Antarctica, estável na terceira posição, tem 8,8%. A Schin caiu 0,4 pontos, registrando o pior índice do ano desde fevereiro, 7,4%. A Sol continua com 0,9% de participação.

ENERGIA
Os painéis solares (coletores de energia) são os mais recentes produtos credenciados no Cartão BNDES. O potencial de crescimento do mercado foi atestado com a aprovação da lei, pelo Estado de São Paulo, que determina a instalação dos painéis em novas construções que tenham três banheiros ou mais por unidade.

ORGÂNICOS
Com a missão de expandir a exportação de produtos orgânicos brasileiros, o projeto organicsBrasil aumentou o número de empresas associadas de 33 para 42 em menos de um ano. O gestor do projeto, Ming Liu, acredita que o valor de exportações desse grupo deve fechar em US$ 36 milhões. Entre os produtos exportados estão de cachaça a cosméticos que são vendidos na francesa Galeria Lafaiette e na americana Whole Foods.

NA TAÇA
Elvezia Sbalchiero, da vinícola italiana A Mano, desembarca no Brasil para mostrar seus vinhos; no roteiro, restaurantes de São Paulo, Rio, Porto Alegre, Goiânia e Vitória

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