São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Escolha premia "economia de resultados'

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

As licitações pela internet, o trabalho das agências reguladoras, os programas de bônus para executivos são todos exemplos de aplicações práticas da teoria do desenho de mecanismo, que procura dar um caráter científico para algo que o mundo dos negócios sempre reconheceu: contratos são fechados quando todos lucram.
Interferir nas regras do jogo de modo a fazer com que a sociedade como um todo lucre em detrimento de apenas um participante -geralmente o de maior poder econômico- é objeto da "matemática" do desenho de mecanismos. Para especialistas, a academia sueca premiou ontem uma espécie de "economia de resultados".
"É mais um reconhecimento da aplicação prática dos estudos [de economia]. Chama a atenção para a existência de uma teoria científica por trás de mecanismos que otimizam os resultados de negociações", disse Mauricio Bugarini, professor do Ibmec-SP.
"[A teoria] É revolucionária porque viu onde a teoria do mercado não se aplica. Num leilão, um não sabe o quanto o outro está disposto a pagar, daí o sucesso dos pregões eletrônicos", disse Aloisio Pessoa de Araújo, professor da FGV.
Gabriel Madeira, professor visitante da FEA-USP, que teve Roger Myerson, um dos premiados, em sua banca de doutorado na Universidade de Chicago, afirma que a teoria permite que o cálculo do prêmio de um seguro gere eficiência apesar de não sabermos sobre ocorrência ou não de sinistro.
"Você cria uma regra que procura afastar as pessoas que tenham maior risco, por exemplo, com uma franquia maior."
Madeira afirma que Myerson é um homem preocupado com a gestão pública, a geopolítica e o desenho de instituições. "[Ele] Foi contra a guerra no Iraque, costumava usar um botton. Ele tem sempre um objetivo social ou uma preocupação coletiva", disse.


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