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Escolha premia "economia de resultados'
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
As licitações pela internet, o
trabalho das agências reguladoras, os programas de bônus
para executivos são todos
exemplos de aplicações práticas da teoria do desenho de mecanismo, que procura dar um
caráter científico para algo que
o mundo dos negócios sempre
reconheceu: contratos são fechados quando todos lucram.
Interferir nas regras do jogo
de modo a fazer com que a sociedade como um todo lucre
em detrimento de apenas um
participante -geralmente o de
maior poder econômico- é objeto da "matemática" do desenho de mecanismos. Para especialistas, a academia sueca premiou ontem uma espécie de
"economia de resultados".
"É mais um reconhecimento
da aplicação prática dos estudos [de economia]. Chama a
atenção para a existência de
uma teoria científica por trás
de mecanismos que otimizam
os resultados de negociações",
disse Mauricio Bugarini, professor do Ibmec-SP.
"[A teoria] É revolucionária
porque viu onde a teoria do
mercado não se aplica. Num
leilão, um não sabe o quanto o
outro está disposto a pagar, daí
o sucesso dos pregões eletrônicos", disse Aloisio Pessoa de
Araújo, professor da FGV.
Gabriel Madeira, professor
visitante da FEA-USP, que teve
Roger Myerson, um dos premiados, em sua banca de doutorado na Universidade de Chicago, afirma que a teoria permite que o cálculo do prêmio de
um seguro gere eficiência apesar de não sabermos sobre
ocorrência ou não de sinistro.
"Você cria uma regra que
procura afastar as pessoas que
tenham maior risco, por exemplo, com uma franquia maior."
Madeira afirma que Myerson
é um homem preocupado com
a gestão pública, a geopolítica e
o desenho de instituições.
"[Ele] Foi contra a guerra no
Iraque, costumava usar um
botton. Ele tem sempre um objetivo social ou uma preocupação coletiva", disse.
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