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Crise faz subir desemprego nas maiores economias
Taxa no Reino Unido, que tem 1,8 milhão sem trabalho, é a maior em oito anos
Alemanha é a exceção, com queda no desemprego nos últimos meses, mas a expectativa é que o índice voltará a se expandir logo
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
A crise dos mercados financeiros globais não está restrita
às Bolsas e continua a se espalhar pelo restante da economia,
especialmente nos países mais
ricos, onde está o núcleo da turbulência. Reflexo disso é que a
taxa de desemprego na maioria
dos membros do G7 (as maiores economias mundiais) vem
crescendo nos últimos meses,
atingindo níveis que não eram
vistos há alguns anos.
No Reino Unido, a segunda
maior economia européia, a taxa de desemprego já está no seu
maior nível desde o início de
2000. No período de três meses
encerrados em agosto, o desemprego chegou a 5,7%, ante
5,2% no trimestre anterior -o
maior salto do índice desde julho de 1991.
Segundo dados divulgados
ontem, o número de desempregados no Reino Unido cresceu
164 mil entre junho e agosto na
comparação com os três meses
anteriores. São 1,79 milhão de
pessoas sem trabalho no país.
E a expectativa é que sejam 2
milhões de pessoas até o final
do ano, já que os dados são de
agosto, antes do recrudescimento da crise no sistema financeiro, que ganhou nova força na metade do mês passado,
com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.
O país foi um dos mais atingidos com a crise e o primeiro a
adotar a compra de parte dos
bancos como uma forma de
tentar restaurar a confiança
nos mercados, modelo que depois passou a ser usado por outros europeus e pelos EUA.
No segundo trimestre, a economia britânica ficou estagnada, e o FMI prevê que ela entrará em recessão no ano que vem.
No epicentro da crise, os
EUA, a taxa de desemprego é a
maior desde julho de 2003 e
159 mil vagas foram eliminadas
em setembro. Já são 760 mil
postos de trabalho que deixaram de existir nos nove primeiros meses do ano, que pode ser
o primeiro desde 2001 a ter
mais de 1 milhão de cortes. Caso isso ocorra, George W. Bush,
que tomou posse em 2001, será
o primeiro presidente desde
Harry Truman (1945-53) a ter
dois anos com cortes de pelo
menos 1 milhão de vagas.
Muito dependente de exportações, o Japão, que também
parece rumar para um período
de recessão, teve, em agosto, a
sua maior taxa de desemprego
em mais de dois anos, de 4%
-0,2 ponto percentual mais
que no mês anterior. Eram 2,72
milhões de desempregados, aumento de 9,2% em relação a
agosto de 2007.
O desemprego na França em
agosto foi de 8%, inferior ao do
mesmo mês de 2007, mas ele
vem crescendo desde maio,
quando estava em 7,6%. Na
Alemanha, a maior economia
européia, o índice, no entanto,
vem recuando (estava em agosto um ponto percentual abaixo
do nível do mesmo período de
2007, em 7,3%), mas a expectativa é que voltará a crescer logo.
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