São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Crise faz subir desemprego nas maiores economias

Taxa no Reino Unido, que tem 1,8 milhão sem trabalho, é a maior em oito anos

Alemanha é a exceção, com queda no desemprego nos últimos meses, mas a expectativa é que o índice voltará a se expandir logo

ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO

A crise dos mercados financeiros globais não está restrita às Bolsas e continua a se espalhar pelo restante da economia, especialmente nos países mais ricos, onde está o núcleo da turbulência. Reflexo disso é que a taxa de desemprego na maioria dos membros do G7 (as maiores economias mundiais) vem crescendo nos últimos meses, atingindo níveis que não eram vistos há alguns anos.
No Reino Unido, a segunda maior economia européia, a taxa de desemprego já está no seu maior nível desde o início de 2000. No período de três meses encerrados em agosto, o desemprego chegou a 5,7%, ante 5,2% no trimestre anterior -o maior salto do índice desde julho de 1991.
Segundo dados divulgados ontem, o número de desempregados no Reino Unido cresceu 164 mil entre junho e agosto na comparação com os três meses anteriores. São 1,79 milhão de pessoas sem trabalho no país.
E a expectativa é que sejam 2 milhões de pessoas até o final do ano, já que os dados são de agosto, antes do recrudescimento da crise no sistema financeiro, que ganhou nova força na metade do mês passado, com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.
O país foi um dos mais atingidos com a crise e o primeiro a adotar a compra de parte dos bancos como uma forma de tentar restaurar a confiança nos mercados, modelo que depois passou a ser usado por outros europeus e pelos EUA.
No segundo trimestre, a economia britânica ficou estagnada, e o FMI prevê que ela entrará em recessão no ano que vem.
No epicentro da crise, os EUA, a taxa de desemprego é a maior desde julho de 2003 e 159 mil vagas foram eliminadas em setembro. Já são 760 mil postos de trabalho que deixaram de existir nos nove primeiros meses do ano, que pode ser o primeiro desde 2001 a ter mais de 1 milhão de cortes. Caso isso ocorra, George W. Bush, que tomou posse em 2001, será o primeiro presidente desde Harry Truman (1945-53) a ter dois anos com cortes de pelo menos 1 milhão de vagas.
Muito dependente de exportações, o Japão, que também parece rumar para um período de recessão, teve, em agosto, a sua maior taxa de desemprego em mais de dois anos, de 4% -0,2 ponto percentual mais que no mês anterior. Eram 2,72 milhões de desempregados, aumento de 9,2% em relação a agosto de 2007.
O desemprego na França em agosto foi de 8%, inferior ao do mesmo mês de 2007, mas ele vem crescendo desde maio, quando estava em 7,6%. Na Alemanha, a maior economia européia, o índice, no entanto, vem recuando (estava em agosto um ponto percentual abaixo do nível do mesmo período de 2007, em 7,3%), mas a expectativa é que voltará a crescer logo.


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