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foco
Crise "enxuga" dinheiro que
americanos usariam para
pagar faculdade dos filhos
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
O derretimento de Wall
Street tem preocupado pais
de adolescentes prestes a entrar na faculdade nos Estados Unidos. Eles viram ruir
fundos de investimento especiais de educação.
Essas aplicações têm benefícios tarifários garantidos
por lei e, para proporcionar
maior rendimento, têm parte de sua verba concentrada
pelos bancos em papéis de
maior risco. No solavanco
das Bolsas, o enxugamento
desses fundos foi geral.
"Nem vi o quanto perdi
exatamente nas últimas semanas para não ficar ainda
mais desesperada, mas o dinheiro deve ter baixado de
US$ 50 mil para US$ 40 mil",
disse à Folha a funcionária
pública Kathryn Olson, de
Maryland, que investe desde
2001 para que filho mais velho, hoje aos 17 anos, ingresse na universidade em 2009.
"Fiquei nervosa com a
perda e agora o dinheiro está
todo em investimentos mais
conservadores. Se as Bolsas
se recuperarem, deixo de recuperar o que eu perdi, mas
não posso arriscar o dinheiro do meu filho de novo."
Especialistas em investimentos apontam que atitudes semelhantes estejam
sendo tomadas por pais ao
redor dos Estados Unidos.
Sonho de consumo
As perdas das famílias
preocupam as universidades, que viram aumentar os
pedidos para programas de
auxílio estudantil, como bolsas de estudo, bolsas de trabalho e empréstimos.
Na Lake Forest College,
perto de Chicago, os pedidos
ao Centro de Ajuda Financeira subiram 20%. Ao mesmo tempo, teme-se que a
verba do programa diminua,
já que ele é mantido, em parte, com doações, e o volume
das contribuições tende a refletir os momentos da economia. "Mais pessoas estão
preocupadas em como subsidiar o estudo dos filhos,
mas não temos dinheiro",
disse Jerry Cebrzynski, diretor do centro.
Nos Estados Unidos, mesmo as universidades públicas cobram dos alunos. A
anuidade na Universidade
de Berkley, que é mantida
pelo Estado da Califórnia,
custa perto de US$ 30 mil.
Já a Universidade de Idaho cobra US$ 15 mil por ano
-metade de uma de primeira linha, mas já o suficiente
para que o diploma seja um
sonho de consumo.
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